Como ensinamos em nosso curso online, a origem dos festivais como os conhecemos hoje começa na Europa durante a Revolução Industrial.
Porém, é só na década de 1960 que esses eventos ganham fama mundial.
Os anos 60 também foram marcados pelas revoluções estudantis, pelos movimentos contra a guerra do Vietnã e a favor do desarmamento e dos direitos civis, pela geração hippie “Paz & Amor”, pela contracultura e os movimentos de expansão da consciência.
Todo esse “espírito do tempo” pode ser resumido em três festivais icônicos desse período: Monterey Pop Festival (1967), Woodstock (1969) e Isle of Wight (1970).
Desde então, a cultura dos festivais desenvolveu-se meteoricamente.
Do Woodstock ao Fortnite, confira 10 momentos mais marcantes nos últimos 50 anos que nos ajudam a entender a evolução dos festivais.
1 – Aconteceu em Woodstock
Em agosto de 1969, um mês depois do astronauta Buzz Aldrin pisar na Lua, acontece o mais famoso de todos os festivais, o Woodstock, cujas essência permanece viva até hoje nessa cultura: liberdade, paz e amor. Leia aqui: 8 curiosidades que você precisa conhecer sobre o Woodstock.
2 – O boom dos festivais europeus na década de 70
O Woodstock nasceu nos EUA, mas foi na Europa que os festivais começaram a se popularizar e ganharem o mundo (exatamente como acontece com quase todos os gêneros musicais, do punk ao techno).
A década de 70 é conhecida pelo boom dos festivais europeus, alguns deles em atividade até hoje.
O Isle of Wight foi a resposta inglesa para o Woodstock. Esse evento foi ainda maior. Alguns dizem que participaram entre 600 a 700 mil pessoas. Outros dizem que foi um milhão. Ninguém sabe dizer. O que podemos afirmar é que a sua edição de 1970 é um marcos históricos para a cultura dos festivais.
No mesmo ano, surge o Glastonbury (também na Inglaterra) e o Pinkpop na Holanda. Em 1971, o Roskilde na Dinamarca. Esses três festivais estão ainda hoje em atividade.
No Brasil, nessa mesma década, em 1975, surge o Festival de Águas Claras, imortalizado no excelente documentário O Barato de Iacanga (leia aqui: 5 documentários sobre festivais no Netflix)
3 – Live Aid, US Festival e o rock espetáculo fazem a trilha da década de 80
O mais icônico momento da década de 80 é o festival Live Aid, que reuniu os principais astros do rock e da música pop como Freddie Mercury, Paul McCartney, Phil Collins e Bono Vox para um mega concerto beneficente.
Nos EUA, o US festival, cujo sócio-fundador é ninguém menos que Steve Woz, co-fundador da Apple ao lado de Steve Jobs, coloca o “rock espetáculo” de vez na moda.
É nessa mesma década que surgem também outros grandes festivais super conhecidos hoje em dia: SXSW, Burning Man e, no Brasil, o Rock in Rio.
4 – Lollapalooza se torna o encontro de todas as cenas musicais emergentes
Quem diria que uma turnê de despedida de uma banda de rock alternativo se tornaria um dos maiores festivais do mundo?
Lollapalooza, de Perry Farrel, fez aquilo que nenhum outro festival havia feito antes: ser o ponto de encontro de todas as “cenas emergentes” da música independente.
Vida long, Lolla!
5 – Daft Punk marca o início da EDM no Coachella
Pouco antes da virada do século, em 1999, nasce o Coachella.
Mas o festival das celebridades, instagrammers e influencers só foi mesmo ganhar fama mundial quando os dois robôs franceses do Daft Punk mostraram com quantos leds e graves se faz uma pista (em 2006).
Como também explicamos em nosso curso, esse é o marco zero da EDM. É o momento em que o DJ ganha status de show.
E os palcos de festivais nunca mais foram os mesmos.
6 – Tomorrowland atinge a sua apoteose
A mais admirada marca de festival de música eletrônica do mundo surge em 2005. Mas seu ponto de virada se deu em 2012, com o tema Book of Wisdom (o mesmo que viria para o Brasil em 2015), até hoje o recorde de audiência entre os seus aftermovies.
7 – Burning Man foi parar nos Simpsons
O Burning Man nasceu dos ideais de contra-cultura em meio à década de 80. Foi um segredo bem guardado até meados de 2000.
Daí, veio o Instagram. Com ele, as celebridades, as modelos e os milionários do Vale do Silício… o hype foi tanto que , em novembro de 2014, o evento virou episódio dos Simpsons.
Desde então, a principal tensão desse festival (que não se entitula mais como um) é manter vivo o seu primeiro princípio – Inclusão Radical – ao mesmo tempo em que preserva sua essência. Difícil, viu?
8 – E o Coachella virou Beychella
Era pra ser em 2017. Mas Beyoncé ficou grávida e seu histórico show Homecoming só foi acontecer em 2018 (em 2019, virou documentário no Netflix).
Foi a primeira vez que uma mulher negra foi headliner do maior e mais famoso festival do mundo.
Tamanha foi a repercussão que essa edição do Coachella ficou carinhosamente lembrada como Beychella.
9 – Primavera Sound dá exemplo com o novo normal
Diversidade, sustentabilidade, feminismo e movimentos periféricos como novos centros.
Todo o zeitgeist da década de 2010 foi resumida brilhantemente no conceito da campanha #NewNormal, lançada pelo Primavera Sound 2019.
Mais que falar, o festival foi lá e fez: montou um lineup onde pela 1ª vez havia mais mulheres como headliners que homens.
Um exemplo vivo de como um grande festival é uma baita ferramenta de transformação positivamente para o mundo.
10 – Começa a nova era dos festivais digitais
Com o novo coronavírus, SXSW e Ultra Music Festival são os primeiros grandes festivais a serem cancelados. Na leva, praticamente todos os festivais do 1º semestre de 2020 são adiados ou cancelados.
Um novo movimento aparece e toda a indústria da música passa a ficar de olho: festivais em plataformas de jogos em redes.
Depois do DJ Marshmello fazer a sua estréia no Fortnite em 2019, foi a vez do rapper Travis Scott quebrar todos os paradigmas do que pode ser o futuro dos shows ao vivo no jogo, batendo recorde reunindo 12.3 milhões de participantes.
Na sequência, foi a vez do jogo Minecraft produzir o seu próprio festival. Mês passado, a plataforma lançou o Square Garden Festival, que recebeu artistas como Charli XCX, Benny Blanco entre outros.
Em Junho, é a vez do Electric Blockaloo, um MEGA festival online, também no Minecraft, que receberá mais de 100 atrações da música eletrônica internacional.
E não para por aí. O Fortnite lançou seu modo de jogo Party Royal, o Twitch já vem sendo usado por muitos DJs para live streamings e ainda vamos ver muitas inovações digitais que exploram os limites das experiências imersivas.
Preparadxs para o futuro?
**
Fica a dica: se você quer continuar acompanhando a evolução dos festivais, aprender como eles nos ajudam a entender o “espírito do tempo” e como eles estão sendo transformados após a pandemia do COVID-19, inscreva-se AGORA em nosso curso online.
Além de se tornar um expert em festivais, você ainda vai fazer parte de uma comunidade fechada de produtores de eventos, profissionais do setor e outros fãs de festivais como você.
Nos vemos em breve!