Por definição, um projeto é algo que tem dia e hora para acabar. Segundo o Wikipedia: “Um projeto é normalmente definido como um (1) empreendimento colaborativo, frequentemente envolvendo (2) pesquisa, que é planejado para alcançar um (3) objetivo particular“.
Foi com esta premissa que Carol e eu começamos o Projeto Pulso (leia aqui: Projeto Pulso, ou como transformar a paixão por festivais de música em um negócio). E é também baseado nela que chegamos em seu fim.
Desde o início, tínhamos claro nosso objetivo particular:
Tirar um retrato do espírito do tempo da nossa sociedade atual a partir de uma profunda investigação realizada em festivais.
Porque festivais? Oras, para entender o zeitgeist de uma geração, observe os festivais mais icônicos de seu período.
O Woodstock (EUA) é a imagem que melhor representa a contracultura e o conceito de juventude da década de 60. O mesmo vale para o Glastonbury, no Reino Unido, e Roskilde, na Dinamarca, ambos nascidos na década seguinte. Quando pensamos nos anos 80, festivais como o Rock in Rio no Brasil, US Festival nos EUA e a Love Parade na Alemanha nos ajudam a compreender as mudanças, conflitos e desejos dessas sociedades.
Hoje, graças à Internet, redes sociais e a explosão de vendas dos smartphones, os festivais foram ressignificados para além da música. Tornarem-se hubs de inovação, plataformas de relacionamento para marcas, vitrines de moda, uma nova forma de turismo e espaços de experiências imersivas onde é possível testar relações, comidas e novas identidades.
UMA PESQUISA INÉDITA NO BRASIL
Lançamos o Projeto Pulso na cara e coragem em fevereiro deste ano.
Convidamos um time de jornalistas, designers, programadores, pesquisadores em consumo e cultura, fotógrafos, vídeomakers, data scientists, estrategistas digitais e facilitadores de processos para nos ajudar a investigar os cinco festivais com maior prestígio internacional que acontecerem por aqui neste ano: Lollapalooza, Tomorrowland, Rock in Rio, Sónar e Electric Daisy Carnival.
Além da pesquisa realizada nestes campos, também estivemos presentes em dezenas de grupos do Facebook, investigamos algumas centenas de milhares de menções nas redes sociais e encerramos o ano com a Pesquisa Pulso 2015, um questionário de 35 perguntas e que foi preenchido na íntegra até o momento por mais de 500 participantes de nossa comunidade (ainda dá tempo de vc participar: corre e clica aqui!).
Como nossa investigação levaria um ano para ser concluída, em março convidamos um grupo de amigos, jornalistas e frequentadores “hard users” de festivais para colocar no ar o blog do Pulso, um feed com notícias diárias sobre tudo que acontece no universo dos festivais.
De lá para cá, foram mais de 250 posts – todos originais e proprietários – incluindo entrevistas, dicas de festivais dos sonhos (wishlist), curiosidades e, claro, muitos reviews produzidos não somente pela equipe, mas também por fãs e leitores do Pulso.
Chegamos ao fim de 2015 provavelmente com o maior e mais rico volume de informações sobre a indústria dos festivais no Brasil e também de seus frequentadores. Agora é hora de começarmos uma nova história.
(SPOILER ALERT) CENAS DA PRÓXIMA TEMPORADA
Nos próximos meses, nos dedicaremos a analisar as informações que levantamos até o momento em campo, nas redes sociais e no nosso questionário de fim de ano.
Daremos um tempo nas publicações do blog, mas em nossa fanpage continuaremos divulgando alguns dos melhores – e atemporais – posts do ano.
Em março, lançaremos o novo site do Projeto Pulso, disponibilizando os resultados da Pesquisa Pulso 2015 e o principais aprendizados que tivemos ao longo deste ano.
Por fim, junto ao novo site, lançaremos nosso primeiro Guia Pulso Festivais 2016.
AGRADECIMENTOS FINAIS
Comecei este post explicando o Projeto, seu objetivo e como idealizamos a pesquisa. Deixei por último, propositalmente, o tal empreendimento colaborativo.
“Pulso é um projeto coletivo, feito por e para apaixonados por festivais”
Desde o início, este foi nosso slogan.
De todas as emoções que pudemos experimentar ao longo do ano, o que mais nos surpreendeu e também que nos deu forças para continuar foi a força do coletivo.
Tivemos a grata surpresa de uma colaboração constante de outros tantos fãs de festivais espalhados pelo país, amigos e profissionais da indústria do entretenimento.
Foram muitos e, com certeza, se listasse todos aqui, cometeria a falha de esquecer um ou outro nome. Vocês sabem quem são e nós estamos (absurdamente!) gratos por ter tido seu apoio durante todo este tempo.
Encerro este post com uma convocação: em 2016, sejam mais curiosos culturalmente! Vá a pelo menos um festival.
Como diria Chip Conley, fundador do portal 300Fest, diretor de hospitalidade do Airbnb e membro do conselho do Burning Man:
“ser culturalmente curioso cria uma vida mais robusta e resiliente, que em troca, contribui para um mundo mais seguro e são”.
Nos vemos na pista!