A partir de quinta-feira, o Tomorrowland aterrissa no país mais uma vez. Durante três dias, mais de cem artistas de diferentes vertentes da música eletrônica vão se apresentar nos seis palcos do festival, realizado em Itu, no interior de São Paulo. Como falamos aqui, cada stage conta com a assinatura de diferentes labels, clubs e festas.
Após uma primeira edição de sucesso absoluto, com ingressos esgotados em cerca de três horas, o evento ainda possui entradas disponíveis esse ano. Durante os meses que antecederam o grande dia, a organização enfrentou críticas referentes aos preços e, principalmente, devido ao lineup com muitos nomes nacionais.
Conversamos com o Mauricio Soares, diretor de Marketing da SFX – produtora do Tomorrowland – para analisarmos esses e outros assuntos sobre um dos maiores festivais do país.
Pulso: Faltam pouco mais de duas semanas para o Tomorrowland Brasil. Como andam os preparativos?
Pulso: Uma das maiores novidades dessa edição é o sistema cashless, que permite a carga online para o pagamento de bebidas e alimentos. Poderia falar um pouco mais sobre os principais benefícios que esse recurso vai trazer ao público?
Mauricio Soares (Tomorrowland Brasil): O sistema cashless proporciona mais conveniência e segurança para quem vai ao festival. Quem comprou ingresso até janeiro e recebeu sua treasure case em casa deve ativar a pulseira (veja aqui: A Mania do Unboxing Videos).
Após ativada, é possível carregá-la com Pearls, a moeda do Tomorrowland Brasil 2016, utilizando cartão de crédito Visa ou MasterCard. Funciona como um telefone pré-pago. A pulseira de acesso ao festival tem um chip, que vem vazio e pode ser carregado. O cliente compra créditos (Pearls), e a cada R$200,00 comprados no período de carga pré-festival, ganha um bônus de 2,5 Pearls. R$50 são o equivalente a 8 Pearls.
No festival, o visitante não vai precisar se preocupar se o número de fichas está certo, pois a tela nos caixas e pontos de venda vai mostrar exatamente quantas Pearls há na pulseira. Também não precisa se preocupar se sobrarem Pearls: o crédito remanescente será reembolsado após o festival.
O sistema também vai permitir uma melhor gestão dos bares, o que deve diminuir filas e dar mais conforto ao visitante.
Pulso: Após a euforia da primeira edição, com ingressos esgotados em menos de três horas, ainda restam entradas para o festival desse ano. A que você atribui essa mudança na procura?
Mauricio Soares (Tomorrowland Brasil): A situação do país, sem dúvida, tem um papel central. A velocidade de vendas foi bem aquém do ano passado, mas vem acelerando desde o carnaval e agora já estamos chegando aos últimos ingressos disponíveis. O público do Tomorrowland é muito fiel e tem uma relação emocional com o evento. Pra quem quiser ir, a dica é não deixar para comprar na hora.
Público de diferentes países na primeira edição do festival no Brasil. Foto: I Hate Flash
Pulso: Além do Tomorrowland, o EDC também realizou a sua primeira edição brasileira no ano passado, na cidade de São Paulo. Em outubro de 2016, o Ultra Music Festival volta ao país para uma edição no Rio de Janeiro. Além disso, temos festivais nacionais consagrados como XXXperience, Tribaltech e Tribe, só para citar alguns. Na sua opinião, estamos chegando a um ponto de saturação?
Mauricio Soares (Tomorrowland Brasil): Acredito que estamos muito longe do ponto de saturação. O mercado não é hermético nem estático. Na Holanda há mais festivais em dois meses do que no Brasil inteiro, o ano todo.
Temos, sim, que começar a olhar com mais atenção para os gargalos na cadeia produtiva, legislações muitas vezes antiquadas ou inadequadas para a nossa atividade (festivais), e também formas de atrair e acolher um público crescente – assim como marcas que entendam o valor de se comunicarem com este público de forma original e profunda.
Pulso: A presença significativa de DJs nacionais no lineup gerou muitas críticas nas redes sociais. Acha que ainda existe um certo preconceito do público em relação aos artistas brasileiros de música eletrônica?
Mauricio Soares (Tomorrowland Brasil): Críticas são normais, ainda mais no line up de um festival com alcance tão amplo. Quando você tem um grupo de 10 amigos, já é difícil combinar alguma coisa que agrade a todos. Quando se tem dezenas de milhares de amigos, é praticamente impossível.
Pode ser que haja preconceito sim, mas certamente entre uma minoria (ruidosa). Haters gonna hate.
A curadoria musical do Tomorrowland é feita por pessoas que respiram música eletrônica há décadas, numa colaboração entre o festival e os anfitriões de cada palco. O lineup vem com artistas renomados e novas promessas, underground e mainstream, de vários lugares do Brasil e do mundo. Esse time vai fazer o pessoal dançar muito durante 3 dias, não tenho a menor dúvida.
Não é isso que importa no final? Se o show é incrível, depois dele ninguém reclama porque foi nacional.
Tropkillaz no Tomorrowland Brasil 2015. O duo está de volta esse ano. Créditos: I Hate Flash
Pulso: Por último, qual dica você dá para quem vai se aventurar na Terra do Amanhã pela primeira vez?
Preparem-se! Não do tipo “intro” de comercial, mas se preparem mesmo. Aqui vão algumas dicas:
- Se você já recebeu a treasure case, ative a sua pulseira e carregue com Pearls. Isso vai economizar filas na chegada.
- Pense em como chegar e como sair, e prefira transportes coletivos aos individuais. É mais seguro, mais sustentável e mais divertido.
- Os transfers oficiais do Tomorrowland Brasil partem de São Paulo (Anhembi) e dos aeroportos de Guarulhos e Viracopos. Os vouchers estão à venda no site.
- Haverá guarda-volumes disponíveis no festival, e os vouchers também já podem ser comprados no site.
- Pense em quem não quer deixar de assistir, mas não se prenda a um programa rígido. Perder-se pelos diferentes palcos do festival é uma das partes mais bacanas da experiência.
- Use roupa leves de dia, mas não se esqueça de um casaco para a noite. Faz um bom frio lá em Itu.
- Proteja-se! Não se esqueça do protetor solar, óculos escuros e do repelente de insetos. Boné também é bacana.
- Alimente-se bem e mantenha-se hidratado, principalmente se estiver muito calor. Você não vai querer perder nem um momento do festival, certo?
- Anote o número do IMEI do seu celular antes de sair de casa. Caso ele se extravie por qualquer motivo, você terá uma possibilidade maior de encontrá-lo, e será mais fácil de bloquear o aparelho junto à operadora.
- Sabe aquele calçado lindo que pega um pouquinho no calcanhar ou aquele outro incrível que ainda está amaciando? Esquece. Use botas ou tênis bem confortáveis. No final do dia, você vai me agradecer.