WAKE e o Poder Transformativo dos Festivais


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A gente já falou bastante por aqui sobre o poder transformativo dos festivais. Quem já foi ao Burning Man, Afrika Burn ou mesmo num festival pequeno e colaborativo como o Amana, sabe o que estou dizendo.

Para quem ainda não teve a oportunidade de ir num destes festivais, vale fazer parte de um novo movimento começa a acontecer no Rio e em Sampa neste mês. WAKE é uma balada matinal, que propõe ressignificar a lógica urbana e proporcionar um novo olhar das pessoas para si mesmas. Em pleno meio de semana, é uma celebração que reúne música, dança, yoga e gastronomia saudável. Tudo a partir das 7h da manhã.

O evento acontece na próxima quarta, dia 18, no Palaphita Kitch (Lagoa) no Rio, e em São Paulo, dia 24, no Espaço Festivo (Pinheiros). A venda de ingressos segue o modelo “pague quanto quiser”, o que na verdade são doações para projetos sociais (veja como participar do evento no RJ aqui e no de SP, aqui).

Todo o lucro será revertido para o Instituto da Criança, no Rio de Janeiro, e para o CTC Digital, em São Paulo. Ambas as iniciativas estarão presentes nos eventos em suas cidades, para promover o contato entre o público e os beneficiários das doações.

Para entender um pouco mais sobre o evento, bati um papo com Lourenço Bustani, sócio fundador da Mandalah e da HED, líder criativo por trás da WAKE.  

Lourenço Bustani
Lourenço Bustani

(PULSO) A primeira WAKE aconteceu no seu aniversário, em fevereiro (com direito a uma cobertura do Jornal Nacional?!) Pode contar um pouco sobre a experiência?

(LOURENÇO) “Foi surreal pois não tínhamos ideia do que esperar. Afinal, era a primeira balada matinal do Brasil. Das 220 pessoas que compareceram, 70 vieram fazer a yoga, o que já nos surpreendeu. O resto chegou pra dançar e a pista ferveu ao som do DJ Nepal. Todo mundo super disposto, alegre e aberto à interação inusitada que ocorreu. A cerimônia de encerramento, um ritual de 15 minutos no final de cada festa para aquietar as pessoas antes de irem trabalhar, foi comovente. Todo mundo sentado em círculo, cantando juntos e ciente que cada um foi indispensável na construção daquela realidade paralela. As mensagens que recebi ao longo do dia mostraram que a experiência pela manhã foi catártica e transformadora para muita gente. O frenesi midiática também nos pegou por surpresa, com uma reportagem longa no JN, talvez a primeira boa notícia do jornal em muitos anos…rs”.

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Yoga matinal durante o aniversário do Lourenço
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O DJ Nepal bota a galera pra dançar na sequência

(PULSO) Esse tipo de festa começou nos Estados Unidos, certo (veja aqui)? Você foi em alguma destas festas por lá? Pode contar como foi?

(LOURENÇO) “Eu conheci este formato de festa durante minha recente estadia de 2 anos em NY. Isso já virou febre por lá. Gente de terno arrebentando na pista antes de ir trabalhar em Wall Street! Eu fui numa festa que começou às 6h30 num barco que deu a volta na Estátua da Liberdade. Foi neste momento que tive certeza que alguma variação desta festa precisava existir no Brasil.”

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Rave às 6 da Matina em NYC

(PULSO) O que você pretende conseguir com a Wake? Claramente o propósito não é dinheiro, mas o que vc espera atingir com ela no curto, médio ou longo prazo?  

(LOURENÇO) “Em primeiro lugar, quero humildemente tentar ajudar a despertar o espírito protagonista que habita cada um de nós. A gente sabe reclamar das coisas mas tomar uma atitude para criar alternativas, nem tanto.  Em segundo lugar, quero ajudar a despertar o espírito compassivo do ser humano, para que ele se enxergue mais no outro, e aprecie a reverberação de suas ações no seu entorno. Por isso o formato de doação desinteressada para todo e qualquer participante. Não tem contrapartida a não ser saber que você foi peça chave na construção de algo inusitado e positivo. E, convenhamos: toda boa ação volta em dose tripla.”

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Imagina começar o dia com um sorriso gostoso assim?

(PULSO) Pra fechar: porque vale a pena acordar pra ir numa festa as 7h da manhã?

(LOURENÇO) “Saudar o sol a absolver sua energia revigorante. Estar com pessoas que não pertencem ao seu círculo social necessariamente e, com isso, ampliar perspectivas e fazer novas amizades. Se alimentar com comidas e bebidas saudáveis preparadas com muito zelo e muito amor. Atiçar seus sentidos, via música, arte, dança, gastronomia, sentindo-se vivo. Fazer parte de um movimento que visa trazer mais qualidade e consciência para nossas cidades. Tudo isso em apenas 2.5 horinhas num horário em que geralmente estamos debaixo das cobertas. Ou seja, vai ficar na cama mesmo!?”

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Namaste

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Boa, Lourenço! Por aqui, estamos na torcida pra iniciativa crescer e se espalhar pelo Brasil. Aposto que em 2016 vamos ainda ouvir falar muito na WAKE… 🙂

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