TribalTech, o Renascimento


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O dia de sol quente e céu azul não refletia o conteúdo da mala que preparamos para Curitiba. Desembarcamos com casacos, sobreposições e expectativas de sentir frio. Afinal, a edição comemorativa de dez anos da Festa TribalTech aconteceria em uma fazenda, cerca de 22km do centro da cidade, varando a madrugada.

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Utilizando os critérios do projeto People of Tomorrow, que iniciamos no ano passado com a ID&T, levamos a curadoria de experiências MANA para observar a dinâmica de um festival e seu público fora do eixo Rio-SP.

Pelos comentários nas redes sociais, a expectativa do evento era grande, que prometia um line up extenso, cobrindo várias vertentes da música eletrônica em 12 palcos diferentes. Já aí uma grande novidade no universo dos festivais brasileiros.

Seguindo também a forte tendência do festival belga Tomorrowland, e já adaptada por aqui por outras festas como o Dream Valley e XXXperience, a TribalTech trazia um conceito temático bem definido e um material visual muito bem produzido. Após a última edição em 2012, a tradicional festa de Curitiba voltou renovada com o tema Reborn, fazendo parte de um conceito mais amplo a ser desenvolvido nos próximos dois anos, Evolution e Escape. Também foram produzidos acessórios com a marca do evento, além dos fãs serem batizados com o nome de “Reborns”, códigos e práticas que se tornam cada vez mais frequentes em festivais de música.

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Embora o evento tenha sido realizado fora da cidade, nossa dificuldade para chegar ou sair foi zero. O sistema de vans partindo do centro funcionou perfeitamente, sem filas, sem espera, sem trânsito e com preço justo. A entrada também foi tranquila e a fiscalização das bolsas bastante criteriosa. Achei que fosse apenas o horário da nossa chegada, mas os comentários nas redes sociais também confirmam essas impressões. Transporte e filas, itens negativamente avaliados em nosso estudo, não parecem ter sido problemáticos no festival curitibano.

Para o público frequentador de festivais no Brasil, a decoração dos eventos é um item pouco criticado. Porém, para nós, a cenografia foi um dos grandes diferenciais da TribalTech Reborn.

Bonita de dia e de noite, criativa e autoral. Espaços bem aproveitados e unidade entre os palcos. É claro que o palco principal, TribalTrech, se destacava dos demais. Mas todos os outros tiveram o mesmo cuidado de detalhes e qualidade estética, dentro da suas propostas individuais. Infelizmente, os totens de informação não estiveram à altura dos outros itens de cenografia. Informações desencontradas, letras muito pequenas (naqueles com line up) e alguma dificuldade para identificar as pistas. Mas a movimentação ao longo do festival fluiu tranquilamente e foi uma grata surpresa encontrar pequenas pistas com uma energia contagiante, como a “Florest Gump”, que mais parecia uma private no sítio dos amigos.

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Descentralizar as pistas, mas centralizar serviços como banheiros e caixas não parece ter sido uma boa ideia.

Uma reclamação constante em festivais de grande porte, é o esforço gasto em longos deslocamentos, fora o tempo de espera em filas.

Quantidade, localização e qualidade dos banheiros ainda é um dos grandes gargalos dos nossos festivais. Não à toa, banheiros e filas estiveram entre os piores serviços avaliados em nossa pesquisa. Infelizmente a questão é tão comum por aqui que a gente acaba naturalizando os banheiros e achando que não tem como ser de outra forma. Os DJs superstars mudam e a tecnologia avança, mas continuamos tendo os mesmos problemas básicos e estruturais.

Mas nossa percepção geral foi que o festival agradou bastante, tanto as pessoas que conversamos quanto a repercussão nas redes sociais. Entretanto, salvo algumas reclamações isoladas, o campeão de insatisfação foram os elevados preços das bebidas. As críticas sobre o preço e distribuição gratuita de água são constantes e em eventos diurnos, com elevadas temperaturas e sol a pino ultrapassam a categoria “serviços” para ser tornarem questão de redução de danos e de segurança.

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Esperávamos uma noite fria, mas encontramos uma cena aquecida, uma festa bem planejada, público receptivo e uma experiência que surpreendeu.

Hoje sabemos que um festival vai muito além da música e das atrações. Seguindo a tendência dos festivais de sucesso no mundo, como o Tomorrowland e o Burning Man, o que faz um festival inesquecível é a intensidade e qualidade da experiência como um todo, que começa com a expectativa, a troca entre amigos e acaba se estendendo por um longo tempo após o dia do evento. Neste ponto, a TribalTech também acertou, criando uma grande expectativa para a edição de 2015.

Já estamos todos vivendo a experiência TribalTech Evolution.

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