Há alguns dias postei no facebook minhas primeiras impressões do Coachella. Acabei, sem querer querendo, fazendo uma propaganda excessivamente positiva do evento.
É fato que o Coachella é FODA (assim mesmo, com todas as letras maiúsculas). Mas tem também seu lado perrengue – e vale conhece-lo pra saber se bate com a tua vibe.
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Vale lembrar que, depois de pesquisarmos, escolhemos ir no 2º final de semana do festival. Os motivos: menos disputado, menos hype, shows e serviços mais redondos.
Baixada a poeira (literalmente), é hora de jogar um holofote sobre o lado não tão colorido do festival.
O Calor Infernal do Deserto de Índio
Quem mora ou já passou um verão no Rio, sabe: o calor é sobre-humano. E no Coachella é ainda pior. Não tem umidade. É literalmente no meio do deserto!
Não à toa o festival distribui água pra todo mundo de graça através de vários pontos de abastecimento (e quem quiser comprar, custa 2 dólares, mais barato que qualquer festival no Brasil). Existem poucas sombras e – em todas – as pessoas se amontoam para se proteger do sol castigante.
Sou carioca, estou acostumado com o calor, mas deixei de ver algumas das atrações que gostaria com dor no coração porque elas foram escaladas muito cedo e não teria como aproveita-las de boa (Chicano Batman, The Bellevillle Trio, Skepta e Floating Points entre elas).
Distância Entre os Palcos
No 1º dia andei 13Km. No 2º, 12Km. E no 3º consegui montar o line pra me dividir somente entre 2 pistas e andei 6km. Para andar de um lado a outro do festival, bota aí uns 15 a 20 mins de caminhada (sem interrupções). É preciso muita resistência (ou peguiça de andar) pra segurar 3 dias consecutivos. E não esqueçam do sol…
Gente demais
Sexta foi suave. Sábado e domingo não. Neste ano o festival pulou de 100 mil pessoas por dia para 125 mil pessoas. Para comparação, 100 mil pessoas é o que o Lollapalooza deste ano colocou no sábado que ficou marcado por ter sido um dos mais problemáticos dias da história deste festival (leia aqui o review). Agora, bota 25 mil pessoas a mais.
Se você é das pistas pequenas, clima intimista, ficar de boas perto da caixa de som… esquece o Coachella. Vi a maioria dos shows do palco principal numa distância que não dava pra ver o artista (o que eles resolvem facilmente colocando telões gigantes nas laterais).
Nota: embora a quantidade de pessoas seja gigantesca, não faltaram bebidas, comidas e o deslocamento pelo festival se dá de forma relativamente tranquila para quem tem paciência (só não queira entrar nas tendas cobertas como a Saara no set de algum top DJ de EDM, veja a foto acima).
O Preço do VIP Se Justifica
O ingresso do Coachella é caro. Vajar para o deserto é caro. A cerva custa 10 doletas (R$ 33,00). Um sanduba, na média, U$ 15 (R$ 50,00).
Agora… já que você vai gastar uma baba, vale economizar mais e comprar o passe VIP. Explico: a área VIP, além de ter um acesso mais rápido, oferece mais sombras, áreas com ar-condicionado, banheiros sem filas (mesmo nos horários de pico) e um belo gramado com vista exclusiva para o mainstage, recheado de caixas de som equilibradas no volume perfeito.
Quem comprou o ingresso pista (GA), passou perrengue no sábado e domingo. Havia muitas filas para pegar cerveja, ir no banheiro e encher a garrafa d’água ao longo do festival.
Problemas Técnicos Existem
A apresentação do Thundercat foi comprometida por um delay entre o retorno e o som do baixista. Em um determinado momento, um rapper convidado cantou uma música inteira sem sair som do seu microfone. O primeiro final de semana ficou marcado por um problema técnico no show do Radiohead. Também deu pau durante o Gucci Mane. Teve mais alguns pequenos bugs, que não lembro agora. Outras vezes o som estava tão estourado que era preciso ficar afastado das caixas (mas nada que um bom protetor de ouvidos não resolva).
Poucos Convidados Especiais no 2º Final de Semana
O line-up é o mesmo nos dois finais de semana. Mas alguns convidados especiais só aparecem mesmo no 1º. Foi o caso do Pharrel Williams que se apresentou no 1º final de semana no show (espetacular) do Hans Zimmer e do Drake, que chegou de supresa na apresentação do Future.
Áreas para Beber Cerveja
É aquela situação que é boa para o produtor e ruim para o público. Por outro lado, muito menos lixo e copos pra pisar em cima entre um palco e outro, maior preservação do gramado plano do belíssimo campo de polo onde o festival acontece e a certeza de que você não vai levar um banho de cerveja nas costas de um(a) sem noção no meio daquele seu show favorito. Não me incomodou tanto.
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Apesar destes “problemas”, voltaria outras vezes. A organização é sensacional (ainda mais levando em consideração a quantidade de pessoas que eles colocam lá dentro) e continuo achando este um dos festivais mais fodas que já fui.