Review: EDC Brasil 2015 – Muito Além do Carnaval


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O Electric Daisy foi muito bem recebido no Brasil. Desde meses antes de sua divulgação na internet, nos grupos do Facebook e por causa da divulgação em massa pela Globosat de que seria transmitido ao vivo pelo canal Multishow, as gerações que amam música eletrônica já estavam em êxtase com cada nova informação que surgia sobre o festival.

O EDC (Electric Daisy Carnival) é um festival produzido pela Insomniac Events e aconteceu primeiro em Los Angeles em 1997. Desde então, tem acontecido em diversas cidades dos Estados Unidos (além do México e do Japão) e a mais popular acontece anualmente em Las Vegas.

Com uma estrutura grandiosa e impressionante, uma decoração de brilhar os olhos, um parque de diversões montado e 3 palcos (kinecticFIELD, neonGARDEn e bassPOD), o EDC Brasil trouxe grandes DJs nacionais e internacionais para apresentações memoráveis entre constantes queimas de fogos, efeitos especiais e fortes cores.

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Diversão, emoção e alegria foram sentimentos que senti por lá, seja entre as pessoas que vieram de várias partes do Brasil para dar mosh (gíria usada para surfar na multidão), para ficar na área vip Sky Deck (assinada pelo club Cafe de la Musique) ou entre as que estavam lá pra se jogar no meio da lama que se formou em todo o espaço por conta da forte chuva no segundo dia, sem nenhum medo de ser feliz! E mesmo chovendo, o sábado levou um número muito maior de público do que o primeiro dia.

As pistas e os sets dos DJs

Mesmo com as pistas menores não estando tão cheias, vimos a kineticFIELD (palco prinicipal) lotada o tempo todo com sets que criaram grandes discussões nesse fim de semana.

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Skrillex

Se por um lado Skrillex tocou um trecho de uma famosa música sertaneja (da dupla João Lucas & Marcelo) e foi criticado por muitas pessoas (desde o público até alguns DJs e pessoas que trabalham no mercado), ele acabou fazendo um set muito criativo unindo todas as tribos do EDC ali no Main Stage. Ele fez uma sequência “open formatão” como podemos chamar onde misturou desde reggae, hip-hop, trap, twerk, pop, electro até funk carioca com seu som dubstep agressivo e barulhento. Isso talvez seja uma forma dele retribuir o carinho do público brasileiro com hits nacionais massivamente conhecidos lá fora, como essa faixa, o Rap das Armas (que tocou também) e ao usar a camisa do Corinthians para se apresentar.

Podemos também ver os DJs de EDM tocando os mesmos hits de sempre e isso se confirmou com os sets de Tiesto, R3hab, Audien, Krewella, Aoki e Martin Garrix. Mas poucos tiveram a idéia do brasileiro Marcelo CIC, que transmitiu seu set ao vivo pelo Facebook no momento que abriu a kinecticFIELD no segundo dia.

Grandes apresentações marcaram o neonGARDEN e entre elas Jamie Jones (eleito o melhor DJ do primeiro dia), The Magician, Gorgon City, Luciano, Dubfire, o techno de Marc Houle e o live do Goldfish.

Na bassPOD a bass music foi a protagonista e ficou marcada pelos sets de GTA e do DJ Marky. Os brasileiros Omulu e Marginal Men tocaram também trechos de funk e até de uma música do cantor Wesley Safadão, valorizando a música nacional no festival sem nenhum tipo de preconceito.

O boomboxARTCAR era uma espécie de palco móvel em formato de rádio que circulava pelo festival com DJs tocando dentro e fazia as pessoas se sentirem em volta de um verdadeiro trio elétrico.

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kinecticFIELD

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neonGARDEN

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boomboxARTCAR

Os hits mais tocados

Semana passada listamos aqui alguns hits que provavelmente seriam muito tocados no EDC. Ouvimos todos eles por lá e da nossa lista algumas aparecem como as mais tocadas. Clique em cada uma para ouvir:

  1. Deep Down Low – Valentino Khan
  2. Praise You – Fatboy Slim
  3. Heads Will Row – Yeah Yeah Yeahs
  4. Devotion – Quintino
  5. How Deep Is Your Love – Calvin Harris + Disciples
  6. Where Are U Now – Jack U Feat. Justin Bieber
  7. Sandstorm – Darude

Percebi também muitas músicas dos anos 90 sendo tocadas por diversos DJs também, principalmente no set da dupla Nervo. Seria uma onda meio retrô acontecendo na EDM?

Os patrocinadores

Skol, Fusion e Google Play foram alguns dos poucos patrocinadores do festival. Além deles, a Smirnoff assinou a roda gigante. A Trident montou uma área vip que chamou bastante atenção pelo painel gigante de LED, além de tirar fotos com efeitos no local da ativação. A Skol assinou a Skol Mikaze, ride que virava de cabeça pra baixo. Os brinquedos eram divertidos e deram um efeito incrível na decoração por serem muito iluminados. A Energia FM montou com um stand lá dentro também e transmitiu ao vivo o set de DJs que estavam tocando ali dentro.

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A produção do EDC em geral

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Alguns problemas marcaram a primeira edição do EDC. As fortes chuvas atrapalharam bastante o segundo dia do festival, pois o palco principal precisou parar o som por uma hora, além de uma das corujas da cenografia ter murchado. Uma tenda precisou ser colocada na neonGARDEN também, fora que maior parte do Autódromo ficou com muita lama, mas o público não ligou para isso. Filas para comprar tickets de papel e para ir nos brinquedos eram grandes, porém rápidas.

Entre alguns pontos positivos estavam a facilidade para entrar e sair do evento e a distribuição gratuita de água. Como não amar? A decoração das árvores e cogumelos chamaram muita atenção também.

Público x Estilo

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O público do festival era bastante eclético e vi diversas tribos por lá. Pessoas dos mais variados tipos e idades. Do hipster ao playboy, do hippie ao moderninho.

Acabamos vendo poucas pessoas fantasiadas na edição brasileira. Diferente das edições de Las Vegas, muitas pessoas optaram por usar camisas de DJs, de festivais e festas (Jack U, Tiesto, Pacha, Tomorrowland, Só Track Boa foram algumas que vi) ou chapéus temáticos. Porém vi muitos com roupas de Natal e vestidas de personagens famosos, como Mario e Luigi. E no segundo dia, mais da metade do evento usava capa de chuva. Uma boneca inflável foi uma das personagens do evento, onde todos queriam tirar uma foto com ela.
Nota final: A primeira edição do EDC Brasil superou as expectativas e a Insomniac realizou um festival nos moldes do Tomorrowland, que surpreendeu um público estimado em 90 mil pessoas que estiveram por lá e que se sentiram como headliner do festival, como o evento mesmo faz questão de dizer. E segundo Pasquale Rotella, CEO da Insomniac, já está confirmada a 2a edição do festival ano que vem por aqui. Fica a dica também da próxima edição para escalar mais DJs brasileiros em todos os palcos, do principal aos menores, pois com a alta do dólar atual fica difícil trazer grandes nomes internacionais pelo alto custo. E pelo festival estar sendo realizado aqui, nada mais justo do que valorizar a cena nacional.

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