Há quem diga que o Carnaval é um festival, e há quem se revolte com essa classificação. Segundo a própria definição da Wikipedia, o site mais popularmente consultado quando queremos saber algo, o Carnaval é “um festival do cristianismo ocidental que ocorre antes da estação litúrgica da Quaresma”. Mas, como essa grande festa que acontece em todo o país pode ser considerada um festival?
Primeiro, vamos entender o contexto: o Carnaval é comemorado em diversos países, como Itália e França, por exemplo, mas a festa brasileira é a maior e a mais famosa do mundo. Por aqui, ela acontece todos os anos há exatos 46 dias da Páscoa e, embora diversas histórias afirmam o seu surgimento, acredita-se que as raízes do Carnaval estejam na tradição dos católicos romanos, quando esses celebravam com festas os dias antes de se absterem de carne e álcool como um método para afastar os pecados.
A tradição foi mudando e hoje é vista como uma grande festa que se espalha pelo Brasil, acontecendo simultaneamente em quase todas as cidades do país e celebrando exatamente muito da cultura nacional, principalmente relação às músicas como o samba e o frevo.
Paralelo a isso, eventos como os desfiles de escolas de samba no Rio de Janeiro e em São Paulo são verdadeiros patrimônios da cultura do país, e o Carnaval de rua continua crescendo para além das capitais.
Afinal, Carnaval é um tipo de festival?
Como já mostramos no post sobre o Burning Man ser ou não um festival, a descrição mais completa sobre o que é um festival é a seguinte:
“Um festival é um evento comumente celebrado por uma comunidade e centrado em algum aspecto característico dessa comunidade“.
A partir disso, surgem macro nichos focados justamente em características essenciais de cada comunidade: música, comida, moda, artes, esportes… Temos então festivais desses nichos: festivais de música, festivais gastronômicos, festivais de cinema, etc.
Dentro desses nichos também surgem movimentos ainda mais específicos, como uma categoria dentro de outra categoria. Assim temos “festival de música eletrônica”, “festival de cinema europeu”, “festival de comida mexicana”.
E como as pessoas são plurais em seus interesses, os festivais também se tornam plurais a fim de atender esses diferentes interesses de uma comunidade cada vez mais mesclada. É então que temos os modelos de eventos como os conhecemos, que misturam diversão, entretenimento, cultura, alimentação e variadas expressões.
Sendo assim, nada mais justo do considerar sim o Carnaval como um festival cultural, que celebra em seu nicho a cultura brasileira, em grande parte a música, além de diversos outros aspectos regionais e rituais que representam uma comunidade, como o próprio ritual de fantasiar-se. O folião é essa comunidade.
É preciso lembrar também, que as próprias versões estrangeiras e (bem) menores da festa são comumente chamadas de festival, principalmente na França.
É por isso que o Carnaval é e sempre será o maior festival cultural do Brasil!