O que o Sónar 25 anos nos ensinou: 5 tendências para o futuro dos festivais


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Estivemos em várias edições do Sónar Barcelona, mas esta foi a mais especial.

Foto: I Hate Flash

Havia uma aura mística em torno das comemorações dos 25 anos do festival que fazia com que cada hora parecesse mágica. O tempo estava perfeito – sol pela manhã, uns 20ºC pela noite – e os artistas capricharam em apresentações inesquecíveis.  

Laurent Presents Garnier Foto: I Hate Flash

O público retribuiu com sorrisos, aplausos e uma clima de festa. Foi a edição recorde da história do Sónar: 126.000 participantes!

Essa era a vibe. Foto: I Hate Flash

Foi especial também porque pela primeira vez estávamos guiando um grupo de brasileiros (e um chileno) para a edição de estreia do OCLB Travel, nosso programa de experiências imersivas de turismo e aprendizagem. Quer ir com a gente na edição 2020? Faça o seu pré-cadastro para saber todas as informações em primeira mão.

Nosso crew OCLB Travel

Um dos pontos altos desta edição do Sónar foi a palestra que tivemos com a Andrea Faroppa, gestora de Relações com Marcas do Sónar+D, braço de tecnologia, criatividade e negócios do festival.

Andrea Faroppa e o talk sobre os bastidores do Sónar

Além de nos contar sobre os bastidores de produção do festival, a produtora falou sobre o que diferencia o Sónar de outros eventos de música, para onde ele vai e as tendências desta edição.

Pegando carona neste depoimento, ao invés do review tradicional, destacarei 5 tendências musicais que os 25 anos de Sónar Barcelona apontam para o futuro dos festivais:

5 Tendências Para o Futuro dos Festivais

1 – África em Alta

Uma das apresentações mais interessantes e animadas do festival: os congoleses KOKOKO! Tocando com instrumentos improvisados de materiais recicláveis (como latas de leite Ninho e garrafas de plástico), criou uma espécie de carnaval eletrônico no 1º dia de grama e sol do Sónar Día.

KOKOKO! Foto: Alba Ruperez

A sonoridade africana dominou o Sónar deste ano. O sul-africano Black Coffee fez um set finíssimo, cheio de soul, house e elegância, encerrando o segundo dia de Sónar Día. O top produtor Diplo apresentou um showcase especial no palco do Sónar Village, convidando 3 artistas do continente africano: Kampire (da Uganda), Distruction Boyz (África do Sul) e Mr. Eazi (Nigéria). Diplo também se apresentou no Sónar Noite, como um dos headliners do evento, com um set recheado de dancehall. 

Foto: I Hate Flash

Até os suecos do projeto Studio Barnhus renderam-se à estética africana. Chamaram ao palco um grupo de dançarinos que faziam uma coreografia minimalista africana cheia de ginga.

E uma das revelações que mais curti neste ano foi o live do rapper egípcio Rozzma, no Sónar XS. É um daqueles sons que dá nó no cérebro à primeira ouvida. Mas quando bate… você não sai da pista. 

O egípcio Rozzma: se liguem neste nome. Foto: Alba Ruperez

2 – Invasão asiática

Foto: I Hate Flash

Um dos top 5 melhores momentos – e surpresas – do Sónar foi a apresentação da coreana radicada em Nova York Yaeji. Que set! Que simpatia!! Quando ela pegou o microfone para cantar suas músicas em bases instrumentais, foi como se todos ali na festa fossem imediatamente transportados para o melhor karaokê de suas vidas. Que momento!

Outra apresentação inesquecível desta edição do Sónar foi a do produtor japonês Cornelius. Um showzão, com momentos de punk rock e dream pop, marcados por uma projeção de traços nipônicos 100% sincronizada com a música. Irresistível, o cara e sua banda conquistaram um espaço cativo no peito.  

Foto: I Hate Flash

O músico minimalista Ryuichi Sakamoto também marcou presença em mais uma edição do Sónar, desta vez fechando o festival em um concerto especial no domingo ao lado do compositor alemão Alva Noto. Do Japão, também se apresentaram a dupla de produtores de jogos de videogame Yuzo Koshiro e Motohiro Kawashima e o VJ Kõji Mariomoto, que performou ao lado de Kode9 em um set (também) áudio-visual.

3 – Trance Rave is back

Ok, ok… o trance nunca saiu das paradas. Mas com a volta dos anos 90, um novo tipo de trance vem dando as caras. Jon Hopkins não estava no Sónar deste ano, tampouco James Holden e Nathan Fake (ambos com produções belíssimas neste ano), mas o live dos ingleses do Bicep fez a alegria de milhares de clubbers no primeiro dia do Sónar Noche.

Quem conferiu a apresentação dos espanhóis Henry Sayz & Band e o set de 6 horas do John Talabot também rasgou elogios.  

Uma das apresentações mais especiais deste ano aconteceu no último dia de Sónar Diá. O italiano Lorenzo Senni invocou o espírito das raves dos anos 90 com um show de lasers inacreditável. Que showZASSO! Uma performance que lembrou muito as primeiras performances do produtor inglês Aphex Twin.

Lorenzo Senni. Foto: Divulgação

O vulto de Lorenzo se movia atrás de gigantescos tecidos que caíam à medida que seu set evoluía. No primeiro, a mensagem estampada em grandes letras: Rave Voyerism Is Not a CrimeFoi o tom da apresentação. Hardcore, trance oldschool, muito flúor e dancinhas esquisitas. 

4 – Tecnologias Visuais Ressignificadas

Numa era de LEDs e palcos high-tech, foi divertido ver performances especiais usando novos recursos criativos para velhas tecnologias.

O dândi francês Daedalus se apresentou com duas fitas em formato espiral em sua volta, apenas iluminadas. Quando giravam, em velocidades sincronizadas com as de suas músicas, davam um efeito hipnótico. Foi uma ideia simples, criativa e matadora.

https://www.youtube.com/watch?v=XCSsoQnaOhs

O bailão-soul-house-trap do DJ americano Joe Kay, do coletivo Soulection, usou e abusou de frases inspiracionais nos telões do festival. O efeito provocava um diálogo com o público que sorria e fazia fotos. A californiana Tokimonsta, Lorenzo Senni e Cornelius usaram o mesmo recurso visual.

https://www.youtube.com/watch?v=jOl1HXn0IFA

5 – Experiências Imersivas

Experiências imersivas continuarão marcando presença em festivais. Desde espaços como o “clube” de artes performáticas KlubRÅ no festival dinamarquês Roskilde (leia aqui) à instalações tech-creative como a que o Sónar+D produziu neste ano em que um grupo de pessoas era convidada a viver uma experiência sonora em uma redoma que simulava o som na gravidade zero.

Experiencias imersivas Foto: I Hate Flash

Shows intimistas como os do compositor islandês Ólaf Arnalds foram apresentados em uma sala fechada, como se fosse em um concerto, uma realidade paralela ao calor e clima de festa que acontecia simultaneamente nas outras pistas do Sónar Día.

Foto: I Hate Flash

A grande proposta de experiência imersiva desta edição foi o Despacio, instalação sonora criada pelo líder da banda LCD SoundystemJames Murphy – e os belgas e produtores 2ManyDjs (todos headliners desta edição).

Despacio: I Hate Flash

**

Por fim mas não menos importante, vale destacar as apresentações do “maestro” Laurent Garnier. No primeiro dia, uma performance inédita, onde executou algumas de suas produções em um set elegante e um quê nostálgico. No encerramento do festival, uma performance de 4 horas de explosões e energia pura. A prova de que o DJ da velha guarda ainda tem muito a ensinar para as próximas gerações… e que quem é rei, não perde a majestade. 

Sua majestade, Laurent Garnier. Foto: I Hate Flash

Ps: se você chegou até aqui, um presentinho para vc: o link dos sets que o festival começou a liberar.

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