A cidade de Sorocaba, à 100 km da capital paulista, foi palco do FESTIVAL CIRCADÉLICA. Com o tema “Música e Diversão”, teve a duração de 5 dias no final do mês de julho e levou um público de 7 mil pessoas para conferir o line-up que reuniu 45 atrações com grandes nomes do cenário brasileiro, como Liniker e os Caramelows, Dead Fish, Far From Alaska, Boogarins, Kamau e Scalene.
Com street art, artistas de circo, skate e muita música, o CIRCADÉLICA ressurge após um hiato de 16 anos. A primeira edição ocorreu em 2001 e agora em 2017 mostrou a força da cena independente e a vida underground que pulsa no interior.
Dos 5 dias de festival, de 20 a 24 de julho, dois foram realizados na Arena CIRCADÉLIA: uma estrutura montada abrigando os dois palcos embaixo de grandes lonas de circo, pista de skate, live painting, flash tatto, stands e food trucks. Nos outros três dias a ferveção foi numa casa noturna da cidade, o Asteróid Bar, onde aconteceram festas agregadas com alguns artistas do line-up do festival.
O CIRCADÉLICA é um festival independente idealizado e promovido pela banda WRY. Para Mário Bross, um dos integrantes e organizadores, a ideia é que o evento seja anual:
“Queremos que funcione como um fio condutor de uma experiência artística abrangente, que seja a celebração de um estilo de vida e uma fomentação constante de música e cultura em nossa região”.
William Leonotti, também integrante da banda WRY e um dos organizadores do festival, trocou uma ideia com o Projeto Pulso sobre a concepção e rumos do CIRCADÉLICA:
A primeira edição do CIRCADÉLICA foi em 2001. Por que esse hiato tão grande e por que justamente agora em 2017 a 2º edição?
A primeira edição teve apoio da LINC (Lei de incentivo à cultura) e logo em seguida a banda Wry, organizadora do festival, partiu para Londres, ficando por lá até 2008.
Em 2009 ocorreu a abertura do Asteroid Bar, fundado por parte da banda e após alguns anos, já com a casa consolidada e com uma equipe competente à frente, o Festival voltou aos planos, sendo realizado em 2017.
O CIRCADÉLICA englobou toda a cena underground da cidade, música, moda, gastronomia, entretenimento. Como foi a aceitação e o retorno da galera pra essa parceria?
A aceitação foi ótima, pessoas de todo os país estiveram presentes no festival, gente que viajou até 2000 km para prestigiar o evento.
Muitos comentários positivos foram feitos e continuam sendo, conseguimos oferecer um espaço bacana, com ótimos shows, lojas e trucks legais, artistas circenses, tatuadores, live painting e o Showbuzz, além de termos um bar com preços super acessíveis, o clima estava ótimo, nos dois dias.
Queremos mais!
O CIRCADÉLICA já pode ser considerado um dos grandes festivais fora das capitais. Houve dificuldades ou facilidades na produção justamente por ser realizado no interior?
A responsabilidade em fazer um festival é bem grande, não tivemos grandes dificuldades para produzir o festival, pelo contrário, tudo foi muito bem planejado e executado, mesmo sendo no interior. Sorocaba é grande, sabemos do nosso potencial e não vamos parar, tem muita coisa incrível acontecendo por aqui.
Creio que podemos ser considerados um dos grandes festivais do Brasil e mostramos que é possível ter boas atrações, preços acessíveis e respeito com o público que compra o ingresso e sai de sua casa para prestigiar o seu evento.
Toda a programação musical agradou muito o público. Como foi pensado o line-up do evento?
O line-up foi muito gostoso de ser feito, escolhemos bandas que realmente queríamos no Festival, avaliamos o mercado, procuramos saber o que as pessoas estavam curtindo e fechamos as atrações com bandas de hardcore, rap, MPB, indie, uma mistura que deu muito certo.
Como esse ano foi um sucesso, na próxima edição o público vai ser mais variado ainda, sendo assim, quais as ideias para aprimorar a estrutura para todos, especialmente para os PCDs (pessoas com deficiência), por exemplo com as áreas reservadas para esse público?
Trabalhamos sempre para fazer o melhor e vamos procurar evoluir em pontos que consideramos que merecem uma atenção maior, seguimos todas as regras e leis e estamos super abertos a novas ideias. Fazer o melhor, essa é nossa política.
E pra finalizar, o que todos estamos esperando: teremos CIRCADÉLICA em 2018? Há planos para próximas edições e expansão do festival?
Teremos sim, dia 01/08 começamos os trabalhos para a próxima edição. As ideias estão borbulhando, queremos fazer um lindo evento em 2018.
Parafraseando nossa colega Soraia Alves, em seu review pulicado aqui no Pulso: “POR MAIS CIRCADÉLICAS NO BRASIL!”
E a ideia é exatamente essa, que o fomento da cultura, da contra-cultura, da cena independente e underground seja cada vez mais forte no nosso país, nas capitais e também no interior. Afinal, MÚSICA E DIVERSÃO sempre reverberam positivamente em toda a sociedade.