Que a gente é fã de carteirinha do Sónar, você sabe. Estaremos lá de novo, pela 4ª vez, e aquele frio na barriga começa a crescer.
No último review que rolou por aqui sobre o festival, uma das críticas foi a de que ele havia começado a ficar cheio demais. Pela lei da economia, quando a demanda cresce, sobem também os seus preços. Uma das novidades deste ano é a venda de passes VIP.
Confesso que a notícia não bateu bem à primeira vista… Essa distinção interfere diretamente na cultura do festival e no perfil de público que atrai.
O Sónar sempre recebeu muitos gringos e um de seus diferenciais sempre foi a vibe cosmopolita e “horizontal”, sem distinções de pulseiras.
Por outro lado, esse tipo de passe pode ser justificado para aqueles que, como o próprio festival, carregam nas costas o peso de mais de 20 anos de pista e não só podem, como preferem pagar um pouco mais por menos tumulto e mais conforto.
Será que área VIP no Sónar vai pegar? – Foto: Divulgação
Sónar Entra na Onda da Gourmetização
Um dos grandes benefícios da área VIP – e novidades desta edição – será a presença da alta gastronomia no festival. O festival catalão sempre foi reconhecido por apostar todas as suas fichas em sua curadoria artística impecável. Comidas e experiências diferenciadas nunca foram seu forte.
Até o momento.
A produção convidou 3 chefes premiados pelo Guia Michellin, cada um responsável por um dia do festival. Albert Raurich, do restaurante Dos Palillos (quinta-feira, 15/06); Victor Quintillà, do Lluerna (sexta-feira, 16/06); e Xavier Pellicer, do Céleri (sábado, 17/06). Cada um criará dois menus exclusivos, consistindo em uma entrada, um prato principal e uma sobremesa, além de um “fast menu”, ou seja, um sanduíche gourmet.
As “novas” atrações do Sónar: os chefs Albert Raurich, Victor Quintillà e Xavier Pellicer – Fotos: Divulgação
Se por um lado a gourmetização invadiu o Sónar, por outro é preciso considerar que a oferta de novos festivais só vem aumentado nos últimos anos, muitos estão quebrando e até mesmo o prestigiado evento catalão, no auge dos seus 23 anos, precisa se reinventar para continuar no jogo. Bato palmas pra ele.
Acompanharemos os efeitos destas novidades nos próximos anos.