Já faz mais de um mês que aconteceu o Burning Man, sabemos, mas o festival dos sonhos de muitos rende ainda bastante assunto, afinal, a sua curiosa organização e ideologia atraem anualmente cerca de 70 mil pessoas. Não há dúvidas de que o festival atiça curiosos por todo o mundo em escala cada vez mais maior. Recentemente, o programa Profissão Repórter, da Rede Globo, fez uma matéria especial sobre o festival, visitando Black Rock City e buscando entender a euforia que o festival causa ao redor do globo.
Euforia essa parcialmente explicada no documentário Spark – A Burning Man Story. Dirigido por Steve Brown e Jessie Deeter, o filme conta desde a fundação por Larry Harvey, passando pelos preparativos até a realização da edição de 2012 do festival. Os preparativos que mencionamos, acontecem durante o ano inteiro. Como sabemos, o Burning Man acontece em torno do feriado do Dia do Trabalho, no deserto de Black Rock, Nevada. As 70 mil pessoas que chegam anualmente ao deserto por uma semana de carnaval, trazem as suas próprias acomodações, sempre pomposas e coloridas, além das instalações artísticas-incríveis que são montadas no local. Como o próprio totem do Burning Man, onde tudo começou e onde tudo sempre termina.
O documentário pega desde o verão de 1986, em Baker Beach (São Fransciso), onde o festival cresceu até chegar na imensidão que é hoje. Atualmente, os seus seis membros do conselho lutam com a crise que ronda a disponibilidade de bilhetes – a cada ano com maior número de procura. Agora também, questões como a segurança daquela multidão versus a liberdade criativa que sempre sustentou o projeto, são discutidas seriamente em uma sala corporativa com ar condicionado.
Em “Spark”, três pessoas merecem atenção especial: Jon La Graça, um dos organizadores do Burning Man, que anos atrás deixou a esposa e o emprego depois de uma epifania no deserto e se decidiu sair do armário; Katy Boynton, uma soldadora que busca angariar fundos para a construção da intervenção “Heartfullness”, uma engenhoca de metal gigante em forma de coração (foto2); e Otto Von Danger, um ex-fuzileiro naval desiludido que lidera uma equipe na construção de “Burn Wall Street” (foto3), uma versão simulada do distrito financeiro que pretende protestar contra a crise da habitação nos EUA.
O documentário oferece um retrato convidativo de idealismo e convicção, junto com a óbvia estética extravagante – marca registrada do festival. É uma apresentação formidável do Burning Man, contando a sua história, os seus ideais, como funciona, como lidar com o crescimento vertiginoso e acima de tudo, como ser quem você deseja ser. Afinal, como é mencionado no decorrer do filme:
o Burning Man nasceu de uma ideia e essa ideia é a de que as pessoas têm permissão para ser quem elas querem ser.
É isso!
*O Spark já está disponivel no Netflix. #ficadica