O Subtropikal é um festival de interação urbana e economia criativa que está rolando pela segunda vez na capital do Paraná, Curitiba. Esse ano teve início no dia 15 de julho e foi até o dia 22.
O festival tem como objetivo unir as bolhas criativas que nos separam dentro do mesmo microcosmo local e mostrar que a quebra de barreiras pode ser lúdica e cativante.
O Sub aconteceu em alguns lugares de Curitiba, o principal tendo sido o Casarão Bittar – uma casa dos anos 20 – aonde rolou exposições, palestras, shows, festas e, principalmente, pessoas de todos os tipos, cores, alturas, religiões e opiniões, interagindo em encontros inusitados que na verdade faziam perfeito sentido.
Foram 62 atrações na casa, 10 na Capela Santa Maria, 1 na Ópera de Arame e 30 oficinas de fora, somando mais de 100 convites para o cidadão interagir com seu habitat de uma maneira re-imaginada.
O festival teve início ano passado, mas como se trata de algo muito mais complexo do que somente um encontro musical, houveram algumas complicações na comunicação do conjunto da obra e o festival não conseguiu atingir seu potencial máximo com tudo que oferecia.
Esse ano foi diferente, uma pesquisa ainda mais intensa, uma curadoria ainda mais específica e um staff ainda mais dedicado conseguiram com que a mensagem fosse captada pela população e o envolvimento aumentou tanto que mais de 3 mil pessoas passaram pelo Casarão durante a semana.
De fato, o Subtropikal tem potencial para ser o festival que o Brasil sempre precisou, seguindo os moldes da combinação de conteúdo com entretenimento de grandes referências nesse tipo de evento no mundo como SXSW, Sónar e Nuits Sonores.
Convidar a população para ter conversas significativas, democratizar o acesso ao entretenimento que é constantemente taxado como “hipster” e promover encontros entre as tribos que parecem não se misturar mesmo frequentando ruas paralelas do mesmo bairro, é de fato o que, aos poucos, muda o panorama da relação que o brasileiro – de maneira geral – tem com cultura.
O Subtropikal é Dividido Em 3 Componentes:
EXPLORE
Trata-se da ocupação que rolou no Casarão Bittar do dia 15 de julho ao dia 21, aonde houveram conversas sobre empreendedorismo e empoderamento feminino, até uma intervenção surpresa de um artista pelado enquanto faziam 2 graus lá fora.
Diversidade era o mantra da casa e até os bartenders espalhavam essa energia servindo drinks de 4 janelas diferentes com sorrisos no rosto. Vale ressaltar que o acesso foi grátis todos os dias, tendo custo adicional somente para oficinas específicas.
Além da intervenção no Casarão, o Sub convidou o público para interagir na Rua da Cidadania e participar de workshops em diversos espaços que são especiais e característicos de Curitiba.
REFLITA
O Reflita é um fórum de debates que aconteceu na Capela Santa Maria nos dias 19 e 20 de julho, com palestras de nomes como Facundo Guerra e Manoel Coelho, discutindo temas como intervenção de espaços urbanos e empreendedorismo contemporâneo.
Refugiados, futurismo e apropriação cultural também foram alguns dos temas explorados, em um formato descontraído aonde a a platéia era encorajada a fazer perguntas e interagir com os palestrantes de maneira orgânica.
CURTA
Por fim o festival fechou seu ciclo no dia 22 de julho, um sábado, com festa emocionante em um dos pontos turísticos mais relevantes de Curitiba, a Ópera de Arame. Por lá quem comandou a festa foi a banda curitibana Mulamba e os gigantes da Bahia: BaianaSystem.
Foi de suma importância fechar a semana inteira de eventos, conversas e reflexões, com um show de energia sem igual que é o que Russo Passapusso e sua banda trazem consigo por onde passam.
O Baiana consegue extrair da plateia reações tão sinceras e espontâneas que a aura de luz e positividade faz emanar suor e sorrisos dos corpos que se mexem, pulam e gritam ao som de singles como Invisível e Duas Cidades.
É importante ressaltar que esse formato de festival é uma proposta de extrema relevância e alto valor para a fomentação cultural nacional, pois coloca a noção multidisciplinar a frente e mostra que as diversas maneiras de criar e se expressar não só estão conectadas entre si, mas também com assuntos de âmbito maior como política e empreendedorismo.
O Subtropikal sucedeu em unir indivíduos em prol de um questionamento maior sobre como consumimos, o que exigimos um dos outros e como melhorar a maneira que nos relacionamos, enquanto fazemos o que gostamos de fazer.
Além disso tudo, teve festa do coletivo Odara, TRSNT, MidiTerapia showcase entre outros diversos pocketshows, mostrando que todos, absolutamente todos, merecem parar um pouco para dançar e se soltar.