Sair de casa rumo a um festival de quatro dias é algo muito bacana de se fazer. Já nas proximidades da festa, o ponto exato da entrada para a estrada que leva ao Parque do Lago, trouxe aquela lembrança das festas de antigamente, uma galera se perdeu, mas todo mundo chegou. Nos encontramos todos no Solaris.
O local escolhido foi a mesma fazenda onde o evento acontecera em 2002 e 2005. Localizado na pequena cidade de 10 mil habitantes, está cravado em meio a áreas de preservação ambiental, tem um lago animal com uma prainha e um mirante com vista para o horizonte a perder-se.
Coisa de filme o lugar. Já na chegada isso impactou em todo mundo, com certeza.
Passada a portaria a segunda parada é o Camping, claro. Muito bonito, ficava em meio as árvores, iluminado e com ruas nominadas, algo que nunca tinha visto ser feito desta forma.
Foi muito bacana a convivência neste espaço durante todo o evento, algo que contribuiu bastante para gerar a atmosfera de imersão do festival, e em contato com natureza.
O Solaris foi muito isso; experiência. Mais que música, apenas. Foi conhecer pessoas, conversar, sorrir e ganhar sorrisos. Arte mesmo.
Sabe aquele climão de Festival que você está andando, pensando no nada, e de repente alguém te assusta passando com um malabares de fogo do teu lado? Isso ninguém tira de você nunca mais.
As duas pistas do Festival, Sun Temple, de psytrance, e Gaia – de house, Techno entre outras sonoridades – tinham bares e banheiros próximos o que já ganha muitas estrelas na minha humilde avaliação, mas melhor mesmo foi não ter filas.
O sistema cashless funcionou bem, você compra uma certa quantidade de créditos num cartão e vai gastando.
Entre as pistas, havia um píer para o lago com uma área de cura ao final e um espaço para crianças (haviam várias). Num gramado calmo, a área de alimentação coberta. Os preços foram justos, mesmo sendo um festival com dezenas de artistas internacionais.
A variedade da comida foi boa. Poderia ter sido maior, mas havia opções para todos. Tinha chopp artesanal. Obrigado. Mais uma estrela.
A cada dia do festival do sol, houve uma cerimônia guiada pelo guardião do fogo, Daniel Jordão que abria novamente a celebração de Solaris.
Com a programação impressa em mãos, você olha e pensa para onde ir, mas é tanta coisa que você fica até meio perdido (rs) – programação aqui. No primeiro dia destaque para o Dharana e Sinerider na pista Sun Temple, progressivo e pistona.
Na pista Gaia, o Royal Soul Rec. Jam deu o tom da curadoria da pista durante todo o festival, feita pelo Soneca. No primeiro dia já teve Rafael Rosa e Sound Sisters.
Que identidade tem estas minas, só som fino. Groovefall fez uma apresentação marcante, com Delatorre tocando diversas músicas próprias em uma homenagem ao parceiro de composição, o DJ Produtor baixista Felipe Kojake – que partiu desta para uma melhor neste ano.
A Feira-Mix teve artesãos de lindos dons como por exemplo Lolla Art, dos acessórios de couro assim como Namastrance & Pangéia. Também o Arte Intalhada, Rapaz e Dona Xika e seu projeto itinerante de kombi vendendo roupas em festivais por aí.
Flor All Mundi com sua moda de crochê também estava presente. Para quem curte, tinha Tabacaria da Bem Bolado, que eu achei bem bolada. Buena Onda, uma loja que vendia acessórios para malabares. Gostei.
A madrugada foi fria como em toda mata e a manhã revelou o nevoeiro que quando se foi, deixou o dia ensolarado para nós. Hmmm prato cheio de muita música. É como comida mesmo, a pessoa esta com fome de curtir estas estas sonoridades todas no mesmo dia.
O cardápio estava recheado. Na pista Sun Temple, Mental Broadcast, Cosmonet, Techyon, Symphonix, Ritmo, Twelve Sessions, Hypnocoustics... foi demais. Na pista Gaia, já de manhãzinha foi especial curtir o som de Luciano Sallun, do Pedra Branca. Depois Bob Brazuka, Leo Mafra, Trotter…
Zen Mechanics em 360º
1 minuto de Zen Mechanics na terra do Sol ☀️Psicodelia que contagia em 360º <3#solarisfestival #infiniteentertainmentVideo by: Marvin Campos
Publicado por Solaris Festival em Quarta-feira, 19 de julho de 2017
No terceiro dia, logo de cara o ícone do psytrance brasileiro Rica Amaral e os argentinos do Pragmatix. Por falar em ícone, o sul africano Rex – cofundador da NANO Records – também estava a tocar ali na sua frente. O palco e a pista tinham uma proximidade “aconchegante”.
Era possível curtir a música de pertinho e de repente até conversar com alguns artistas que por ali calmamente passavam a tirar fotos com quem quisesse. Ainda neste palco, diversos DJs da gravadora alemã Iono-Music, Cubixx, Egorythmia, Mindbenderz e Zen Mechanics com seu som que não conhece breaks.
Juno Reactor – sim aquele mesmo, coautor da trilha sonora do filme The Matrix – também passou por ali.
Juno Reactor – Solaris Festival 2017
1 minuto de Juno-Reactor na terra do Sol ☀️Psicodelia noturna que contagia! <3#solarisfestival #infiniteentertainmentVideo by: Marvin Campos
Publicado por Solaris Festival em Quarta-feira, 26 de julho de 2017
Arjuna, da Parvati Records, fez um live ‘sinistro’. O italo-indiano Arjuna destoou do restante dos artistas pelo seu som pesado, um dark perfeito para o momento, executado junto a manifestações pagãs de fogo e dança no meio da pista. O cara não pra um segundo. Muito agito.
A pista Gaia trouxe Cupcake Project, o argentino Alistair, Patricia Luna, Ricardo Faro, Afternude entrre outros desta que foi a surpresa boa da festa, a pista mais intimista, com o destaque para Du Serena vs Dahan e D-Nox que, juntos, tocaram seis horas a fio e dialogando com o público numa oportunidade única. Só quem esteve ali para enteder aquele momento
A sustentabilidade foi um dos carros chefe da proposta do festival. Segundo Pedro Vidigal, coprodutor do Solaris, foi realizada uma parceria com a empresa Simbiose para redução de danos ambientais e para destinar corretamente os resíduos.
“Seria impensável ter um Festival como o Solaris sem a responsabilidade sócio-ambiental”. E completa: “Nosso objetivo é uma parceria duradoura com o poder público, o terceiro setor e a comunidade para que o festival possa ter impacto ambiental zero e um impacto socioeconomico positivo.
Ao longo do evento notou-se a conscientização do público que sempre buscava as lixeiras inclusive para jogar fora suas bitucas de cigarro. Outro ponto que ajudou bastante nesse aspecto era o fato de nos bares as bebidas serem servidas em copos. Você podia inclusive comprar ou trazer o seu copo retornável.
E as oficinas? Haviam várias! Acroyoga, ou seja, yoga em movimentos acrobáticos com duas pessoas ou mais.
Hortas Urbanas – como plantar com as limitações que a cidade nos coloca. Surya – a saudação ao sol feita em posições de yoga e meditação. Power Yoga – yoga com esforço físico.
A Roda Sagrado Feminino, Consumo Consciente… todas voltadas a desenvolver um cidadão melhor e mais consciente do seu papel no planeta.
Parabéns ao pessoal que desenvolve estas atividades, é uma experiência mesmo poder participar de tudo isso.
A “cereja do bolo” de todo festival, no Solaris foi ainda mais especial. Todos os dias e a todo momento via-se, aqui e ali, alguma intervenção pipocando e chamando a atenção – e participação – de diversas pessoas. Vindos de vários cantos do país e da América Latina, para citar algumas: Assemblee Arte Company – com matérias descartados – resignificar e promover a consciência de que tudo é apenas questão do ponto de vista.
Imaginarium Artes com os rituais de abertura e da madrugada. O Fauno e a Bruxa Branca. Monster Bubble durante o dia deu alegria para as crianças com suas bolhas de sabão enorme, por vezes até para crianças crescidas. Potira e Violeta Sideral com bambolê e tecido misturando leveza e força. Parabéns a todos eles.
VIDEO ASTRIX
1 minuto de Astrix na terra do Sol ☀️Alegria que contagia! <3#solarisfestival #infiniteentertainmentVideo by: Marvin Campos
Publicado por Solaris Festival em Quarta-feira, 5 de julho de 2017
Nos festivais que você está curtindo muito, antes de acabar já está com saudade e na última manhã do Solaris não foi diferente. Mais um motivo para curtir tudo o que havia pela frente. Aproveitei para conhecer a área de cura. Reiki, massagem energética, massagem convencional e bem estar. Mas vamos pra pista?!
Na Gaia, James Monro tocou nas duas pistas e o francês Morlack trouxe um nudiscool. Já na Sun Temple Remember Trance abriu logo no nascer do sol. A pista encheu de repente para ouvir os clássicos trazidos pela dupla. Altruism, Lifeforms, Protonica e finalmente ele.
O nome dos festivais, o artista que segue vinte anos sempre na berlinda. A hora do Astrix foi a explosão, toda a pista pulando, uma comoção mesmo. Ápice esse que culminou com o pôr do sol. Tudo como planejado.
VIDEO DRONE
Zen Mechacnis no Solaris Festival 2017
Solaris Festival com Zen Mechanics LiveBy Drone Jc Produções#solarisfestival #infiniteentertainment #suntemple #zenmechanics
Publicado por Solaris Festival em Sábado, 17 de junho de 2017
A campanha feita pelo festival para arrecadar alimentos para a cidade de Dourado, a segurança, limpeza, sem filas, bares e restaurantes, staff, banheiros e chuveiros quentes… Vários pontos que fizeram desta festa marcante.
Ouvi do público e de artistas a mesma frase “Isso aqui nem parece estar no Brasil, parece um daqueles festivais europeus, uma qualidade e segurança”, disse Cuibixx. Quando perguntei ao Wouter Thomassen – Zen Mechanics – sobre isso ele exclamou: “Isso aqui é o retorno do Psytrance em grande estilo, lindo demais!”
Colaboração: Matheus Vaz (TudoBeats)