Cada vez mais enxuto, o Novas Frequências fez a cidade brilhar novamente com a sua sétima edição, abrindo a temporada de verão na cidade com suas atrações diferentonas e únicas, levando o desconforto e o privilégio para os espectadores que embarcaram nessa aventura pelo novo e desconhecido. A sétima edição do festival Novas Frequências aconteceu entre os dias 4 e 10 de dezembro de 2017.
Com 18 atrações de 10 países, o festival ocupou novamente diversos pontos da cidade com intensa programação – muitas delas gratuitas. E esse é o fator X que faz do Novas Frequências um festival para se adorar. Explorar novos locais (além das sonoridades) está no DNA do festival e é uma das suas maiores virtudes.
A edição de número 7 trouxe pérolas memoráveis, como a apresentação inquietante do mestre japonês Otomo Yoshihide no novíssimo Teatro XP Investimentos – dentro de um Jockey Club. O instrumentista fez duas apresentações, solo e em trio, e abriu o festival com um show alucinante e inesquecível.
Outra surpresa que aconteceu nesta edição foi a presença da banda canadense Arcade Fire na platéia do underground club Audio Rebel. Jeremy Gara, baterista da banda, fez uma apresentação do seu projeto solo e foi cortejado pelos outros membros que se espremiam junto ao público na pista – a banda tocou no Rio no dia seguinte. Foi um êxtase geral e certamente entrou na história do festival, do clube e de quem estava lá.
Mas o melhor estava por vir. Na sexta-feira (8) o Novas Frequências presenteou o seu público com um evento dos sonhos: o compositor minimalista norte-americano William Basinski fez uma apresentação luxuosa na bela Igreja da Nossa Senhora do Carmo da Lapa. O evento, felizmente gratuito, foi um sucesso. E quem teve a sorte de presenciar (muitos ficaram de fora), levou para a vida. Não tem muito como descrever as experiências que o Novas Frequências proporciona. A única certeza é presenciar algo esquisito sim, mas inimaginável e único.
A Polêmica Festa
Todo Novas Frequências teve uma festa para celebrar mais uma edição e neste ano não foi diferente. Em parceria com o coletivo O\NDA e com o duo francês Acid Arab como atração principal, a festa do Novas Frequências aconteceu, mas não agradou geral. Veja bem, a O\NDA é famosa por suas festas gratuitas, onde o techno e o tech house imperam. Quando o coletivo anuncia mais uma edição, uma legião de frequentadores fieis marca a data em seu calendário e não foi diferente com essa edição especial. O “problema” foi que o público presente parecia desconhecer a síntese do Novas Frequências e o desconforto foi geral. No meio da madrugada, após longos minutos de problemas técnicos e uma apresentação solo que contrastava com o desejo da maioria, até vaias vindas dos mais ignorantes eram ouvidas. Enfim, talvez um timetable melhor pensado tivesse evitado toda a euforia negativa. Mas para quem sabia o que ia rolar e estava familiarizado com a vibe do festival, conseguiu se divertir.
O Novas Frequências foge de todos os padrões que estamos acostumados e por isso mesmo se faz tão necessário em uma cidade como o Rio de Janeiro. Vida longa para o nosso estranho favorito.