Acostumado a ir em vários festivais de techno “around the world”, sempre fico curioso em saber como e onde será o próximo. E, neste caso, o DGTL Barcelona foi no quintal de casa, na capital da Catalunha, na Espanha.
Foram dois dias de festa, muito calor e música da melhor qualidade. Por isso vou listar minha experiência como morador de Barcelona e fã do festival:
Localização e mobilidade
– Não tem preço você tirar a tarde de sexta-feira livre, pegar a bike da cidade e ir para o festival pedalando. #pontopositivo
– Eu poderia ter voltado de bike elétrica, mas já estava cansado e peguei um ônibus noturno que passou super rápido. No sábado, optei pela volta de metrô e também foi bem fácil e tranquilo! #pontopositivo
– Mesmo com toda a estrutura que a cidade já oferece, o festival colocou 12 ônibus para fazer o trajeto festival/centro da cidade pelo valor de 2€. Os horários eram da 01h30 até às 04h30, que era pra ninguém ter problema para voltar pra casa. Mais um #pontopositivo
O festival
– O DGTL Barcelona tem o apelo de um festival sustentável, o que ficou claro em algumas ações. Todos os food trucks vendiam comida vegetariana ou vegana, o que é um enorme incentivo a diminuição do consumo de carne e a redução de CO2 no planeta. Todo o lixo orgânico gerado no festival foi pra compostagem. Já para os copos de plásticos, o público recebia 1€ ao devolver o copo depois do uso. #pontopositivo
– Mas não entendi por quê as 5 ou mais fontes de água espalhadas pelo Parc do Forún ficaram fechadas durante o festival. Elas são fontes públicas de água, sempre utilizadas pelas pessoas que correm e passeiam por ali em qualquer dia da semana. Não deveria ser diferente durante os dias de festa.
O Dekmantel, por exemplo, um dos melhores festivais de música eletrônica da atualidade, não “se vende” dessa maneira e fornece água gratuitamente para todos. No caso do DGTL Barcelona, tudo bem que se você devolver a garrafa de água e ter o reembolso de 1€, mesmo valor pago, mas seria mais bacana se fosse de graça, já que essa possibilidade existe. #pontonegativo
– Todos os anos, o festival convida algum núcleo ou artista para criar um intervenção artística que interage com o público. Quem ficou encarregado neste ano foi o Cluster 2.0 * NICK VERSTAND & BORIS ACKET & BOB ROIJEN, que fizeram uma das instalações com luzes e ruídos estratosféricos que pareciam trovões em uma ponte do Parc. Ao andar pela ponte, várias luzes acendiam e apagavam, se misturando aos barulhos dos trovões.
A outra instalação ficava no caminho entre a Pista Generator e a AMP. Imagine um retângulo formado com diferentes pilares de LED que mudavam de cor a cada 30 segundos, e onde se escutava uma música experimental
que te levava para o futuro. #pontopositivo
– No geral a organização caprichou nas decorações das pistas, bem minimalista, moderno, e usando bastante painéis de LED. O mais impressionante foi o trabalho do 28.room na pista principal, Modular. #pontopositivo
– Os bares e banheiros funcionaram muito bem. Diria que perfeitamente, sem nenhuma fila. #pontoposito
Pistas e música
– Posso dizer que o lineup foi simplesmente perfeito, muito techno, tech house e house. A pista Generator, foi onde fiquei a maior parte do tempo. Ali pude ver DJs que nunca havia visto tocar, e alguns que vejo muitas vezes em Barcelona, mas que sempre surpreendem. Os que vi pela primeira vez e me surpreenderam foram Tijana T, techno reto, Bambounou que é francês e toca um techno misturando mil tipos de barulhos, Fjaack, três moleques tocando ao mesmo tempo um som bem pesado, beirando ao hard techno, e Flug, que é argentino mas mora em Barcelona há 15 anos e tocou um techno super pra cima, empolgante, que fez a pista pular o tempo inteiro.
Os djs mais habituais nos lineups mas que sempre dão um show foram Bem Kclock, Amelie Lens, Speed J, Rodhad e Oscar Mulero. #sópontospositivos
– Um ótimo destaque do festival é que as 4 pistas são muito perto umas das outras. Quando você não está gostando da música de um palco, fica muito fácil mudar de som e acabar ficando onde mais te agradar. #pontopositivo
Companhia
– A melhor parte da festa é poder compartilhar a pista com os melhores amigos, e esse foi mais um DGTL Barcelona que tive o prazer de dançar ao lado deles. Obrigado a todos os envolvidos e que participaram de dois dias intensos de muita música boa e risadas. #pontopositivo
Até o ano que vem. Com as fontes de água abertas, por favor!
No drama. More techno.