Se você já ficou sabendo sobre o festival DGTL ou até pôde vivenciar a edição brasileira do festival que aconteceu pela primeira vez em maio desse ano, sabe que eles carregam na sua essência o pilar da sustentabilidade.
Eles tem como foco a redução da emissão de CO2, do uso de energia, do desperdício de comida, água e do uso de transporte.
Além disso, o estilo do festival é bem característico, com estruturas metálicas com referências industrias e iluminação em formatos modernos e contemporâneos, com instalações assinadas por artistas renomados.
Para completar (e não menos importante) o line up é certeiro, com os principais nomes do Techno, que vão desde as lendas até o DJs revelações da cena eletrônica.
Estivemos presentes na edição desse ano do DGTL em Barcelona, que aconteceu nos dias 11 e 12 de agosto e fomos conferir pela segunda vez como o evento colocou em prática todo esse conceito criado pelos holandeses.
Na prática não é muito fácil reconhecer as maneiras de sustentabilidade em um festival, mas o DGTL tenta fazer isso de forma diferente.
Uma delas é através dos copos reutilizáveis, que podem ser comprados por 1 EUR, usados durante todo o dia e trocado pelo dinheiro de volta.
A diferença desse ano para o ano passado é que a estação de troca ficava dessa vez na parte de fora do evento, ou seja, você só podia trocar ao sair.
Isso fazia muita gente desistir de carregar o copo por muito tempo então era normal encontrar algumas pilhas de copos jogados no chão.
Além disso, era possível trocar até cinco copos por pessoa, então dava para recolher alguns espalhados e trocar por 5 EUR, o que ajudava a pagar uma cerveja, por exemplo.
Outra atitude sustentável era a transformação dos resíduos dos banheiros em fertilizadores, que foram doados para fazendeiros da região.
O preço da bebida não estava muito animador, eles cobravam 5 EUR por um copo de 400ml, bem acima do preço praticado por outros festivais europeus.
O preço da comida também não era muito convidativo, os lanches como um pedaço de pizza ou hamburguer de soja custavam de 4 a 7 EUR.
Lembrando que não era possível encontrar carne na praça de alimentação, pois o festival considera que a produção de carne gera alta emissão de CO2, portanto só haviam opções vegetarianas por lá.
Sobre as instalações, tinham duas que se destacavam. Uma delas, o mural de luzes feito pelo artista brasileiro Muti Randolph era o mais disputado para fotos e vídeos.
O outro era formado por quatro containers iluminados em formato de “X” e a galera se divertia quando passava de um lado para o outro.
De certa forma eles nos pareceram mais simples e menos emblemáticos do que os das últimas edições, impactando de forma mais discreta a decoração do Parc del Fórum.
A disposição dos palcos estava diferente do ano passado e mudaram de uma forma positiva. O maior destaque foi para o AMP Stage, que tomou conta de uma área próxima do mar, com uma arquibancada que se manteve lotada por quase todo o evento.
Analisando o resultado dos dois dias de festival, podemos dizer que o DGTL tem um posicionamento marcante e consegue imprimir seu conceito, mas que preza pelo “menos é mais”, dando importância para a música e trazendo uma conscientização ambiental, principalmente na forma de como eles executam o evento.