O cenário não poderia ter sido melhor. Dia ensolarado na cidade conhecida como “terra da garoa”. São Paulo nos recebeu de braços abertos e acalorados.
Perfeito para curtir um dia inteiro de muita música brasileira. A quarta edição do Coala Festival foi intergalática.
A noite anterior foi meio suspeita. Fria e chuvosa. Mas foi só amanhecer, levantar da cama, olhar pela janela e, sorridente, declarar pro universo: “hoje é dia de Caetano!”.
Aliás, embora tenha fechado o festival com chave de ouro, precisamos começar falando dele. Ô homem!
Que impetuosidade e saudosismo num só ser, acompanhado apenas de seu violão e carisma sem igual, reluzente no enorme palco cheio de leds e samambaias espalhadas pelo ar que fizeram da cenografia um show à parte. E era samambaia pra todo lado.
A tarde não podia ter começado melhor. Foi fácil chegar até o Memorial da América Latina, palco do encontro.
Embora fosse possível chegar sem problemas de Metrô, preferimos acordar um pouco mais tarde e ir de carro. Sem trânsito! A abertura dos portões foi pontual. Havia uma grande fila, mas não durou nem 5 minutos para conseguirmos entrar.
Aplausos para a organização! Era só apresentar o bilhete (o meu foi digital, via QR Code) e entregar o kilo de alimento ou o livro (apenas os que optaram pela meia solidária).
E aqui temos mais um ponto importante: o preço dos ingressos é muito acessível até o último lote, comparado aos demais festivais que temos no Brasil.
Entrei no festival embalado pelo vozeirão da Liniker e os Caramelows. E que charme! Que apresentação! Depois, foi um suspiro atrás do outro.
Teve Aíla, Tulipa Ruiz, Rincon Sapiência, Emicida, Rael, Fióti. Imagina só aguentar tudo isso num só dia. Explosão de cultura brasileira. Uma verdadeira imersão no que há de melhor do nosso povo, das nossas raízes.
A estrutura do festival era bem simples. Palco ao centro, bebidas no meio e “entretenimento” nas laterais.
Não haviam muitas formas de entreter no evento, salvo o estande da Jameson com fliperama e totó. O que foi maravilhoso. Toda energia direcionada ao palco.
As filas nos banheiros também eram bem rápidas. Um único problema foi a falta de espaço para descansar. Havia apenas uma área oferecida pela Skol num dos cantos do Memorial. Disputadíssimo, né!
Beber e comer é que era um problema. Tanto as filas dos caixas quanto as de fazer o pedido.
Em determinado momento espalharam promotores e promotoras com máquinas de cartão de crédito para ajudar. Mas não resolveu o problema.
Os preços eram bem salgados, típicos de festivais. Um copo de cerveja (da marca patrocinadora) por R$10 golpes. E se você quisesse o copo de chopp retornável, era R$12.
Eu optei por comprar um retornável e os demais normal, só para ter o copo e não ter que ficar usando copos de plástico toda vez que fosse pegar uma bebida. Deu certo.
As opções de comida também eram variadas. Pra todos os gostos. Na maior parte do tempo o ambiente estava limpo e havia lixeiras espalhadas pelo espaço.
Outro show a parte foram os diversos estilos presentes na festa. Gentes de todos os tipos, cores, lugares. Cada vez que enfrentava uma fila conhecia alguém de um canto do país.
Um tombamento atrás do outro. Sem preconceito. Sem discriminação. E ressalto isso porque é mérito da organização. Criar um ambiente onde todos se sintam bem recebidos, atendidos. Não havia uma pessoa sequer que, ao pedir ajuda, não te respondesse com sorriso.
Minhas expectativas são as melhores para as próximas edições. O Coala é uma grande oportunidade de celebrar a cultura brasileira e manter viva a importância de valorizarmos nossas raízes.
Uma mistura do que há de melhor da vanguarda da música com a contemporaneidade dos novos fenômenos que surgem todos os anos nas telas dos nossos smartphones e ganham nosso carinho.
Sem dúvidas, foi minha primeira de muitas edições do Coala. Seguimos! Prontos pra mais música.