No início de novembro rolou em Turim a 15ª edição do festival de música eletrônica Club To Club.
O C2C, além de eventos ligados ao design e à gastronomia, é um dos responsáveis pelo renascimento cultural da cidade italiana, tradicionalmente conhecida como pólo industrial. Estive por lá e conferi os dois dias de shows. Fiz uma listinha do que foi mais bacana e do que pode melhorar para as edições futuras.
Mandou Bem
– Andy Stott – O melhor live do festival. Misturou músicas de seus dois festejados álbuns num show de cerca de uma hora com (provavelmente) mais bass por metro quadrado da história do evento.
– Four Tet – ‘Morning’ e ‘Digital Arpeggios’, duas das produções mais recentes do músico, foram os pontos altos da apresentação. Caiu muito bem naquele momento o leve toque de melancolia que as duas músicas carregam. Sem falar na simpatia do músico, com quem tirei foto nos corredores do evento.
– Thom Yorke – Quem esperou por alguma do Radiohead, se ferrou. O que rolou foram músicas dos dois álbuns solos do cantor num palco meio escuro, com telões cheios de imagens coloridas e psicodélicas, acompanhando os ataques sonoros e corporais de Yorke. Intenso.
– Nicolas Jaar – Tocando no sábado, dia com line-up bem mais techno, Jaar fez um set claramente mais pesado que o usual. Não reconheci nenhum hit, nem os singles novos apareceram no set. No fim das contas, foi ótimo ver essa faceta mais techno do produtor.
– Todd Terje – Ainda com um show muuuuuuuito parecido com o que vi há dois anos. Mesmo já tendo passado da hora de renovar o live, é impossível não gostar de Todd ao vivo. Lotação esgotada no palco 2, com fila e o escambau para entrar.
– Shows em teatros da cidade – Os shows especiais de abertura rolaram em dois teatros diferentes da cidade. Pomposos e lindos, abrigaram os shows de Apparat e Floating Points.
– A festa na rua no domingo – O encerramento do evento rolou numa feira/festa de rua bem bacana em San Salvario, o bairro cool de Turim. Teve o kuduro (chatíssimo) do Nigga Fox, seguido do Kode9. Luxo e riqueza.
Mandou Mal
– Escalação muito experimental no sábado deixou o palco principal quase vazio até praticamente 1h30 da manhã.
– Jack Garrat – Bem, o show começou muito bom, com o americano tocando guitarra, sintetizadores e cantando… tudo ao mesmo tempo. Pancadão com vocal negróide e guitarra distorcida: sim, gostamos! Do meio para o fim, começou um momento voz-e-violão que nos transportou para um episódio do ‘American Idol’. Não, obrigado.
– Banheiros na sexta-feira – O dia mais cheio foi o que apresentou problemas: como sempre, subdimensionamento da quantidade de cabines. Aff….