O Bestival tem um conceito que mistura muito o que tem de novo e algumas tradições dos festivais ingleses. Eles conseguem trazer jovens que estão começando a ir em festivais e introduzir uma temática meio hippie, super colorida e alegre. São como um novo modelo de Glastonbury ou Woodstock, com uma modernidade e frescor que os diferencia dos outros festivais europeus.
Vamos começar pelo começo: chegar ao festival não é uma tarefa tão simples, já que ele fica localizado em Isle of Wight, uma ilha ao extremo sul da Inglaterra. Pegamos um voo até Southampton, que é a maior cidade portuária da região, e de lá embarcamos em um ferry até a ilha. Esse trajeto é bem direcionado no site do Bestival e, como os ferries fazem esse caminho várias vezes por dia, não encontramos muita fila e dificuldade para chegar. O custo total fica em £16 (£10 Ferry + £6 ônibus do ferry até o festival).
Chegamos lá e era uma fazenda gigantesca. Do alto já se via toda a estrutura do festival! Ele nos lembrou muito a cena que tivemos quando chegamos no Glastonbury, em uma proporção menor, mas com o mesmo espírito. De um lado diversas áreas de camping e do outro os palcos e tendas montadas em uma estrutura incrível.
O festival aconteceu durante quatro dias, de 8 a 11 de setembro. Na quinta-feira, quando as pessoas começam a chegar, todos os palcos, menos o main stage, já estão a todo vapor.
O destaque do dia foi a apresentação do Hot Chip que fechou o palco 2 (The Big Top) com sua apresentação repleta de hits! A banda Glass Animals também brilhou antes dos britânicos.
Na sexta-feira todo mundo já estava animado para uma sequência de apresentações, como: MØ, Years & Years, Major Lazer, Odesza, Carl Cox, Animal Collective e Katy B. No sábado a atração principal foi The Cure, fazendo uma apresentação histórica de 2h30. No domingo, todos os jovens estavam aguardando Wiz Khalifa e Sean Paul e notamos com o rap está em alta com a nova geração.
Tirando o sábado, que o tempo acordou chuvoso e lamacento, o tempo estava bom (um friozinho inglês, mas sol) e aproveitamos para andar por todas as áreas do festival. Além dos cinco grandes palcos, cada região tem diversos palcos menores, com novas bandas e um mundo a ser descoberto. Enquanto rolava guerra de tinta em um canto, no outro uma tenda chamada Bollywood rolava um techno pesado. Tinha também uma floresta com vários mini-palcos escondidos e no meio um anfiteatro com diversas apresentações.
A parte de comida do festival também é super rica. Além dos diversos food trucks espalhados por todo o evento e camping, com comida mexicana, massa, hambúrguer, noodles), tinha também uma tenda com comidas orgânicas da região, onde você escolhia os ingredientes fresquinhos que estavam expostos e confiava no preparo de um prato pelos chefs. Isso tudo por apenas £5.
Sobre a área de camping, achamos tudo bem organizado. Cada região tinha seus próprios banheiros, fontes de água e food trucks. A melhor parte eram as duchas quentinhas disponibilizadas para o banho. Tinha sempre uma fila, mas valia a pena!
No total tinham mais de 100 bandas e mais de 100 DJs. Difícil era conseguir conhecer e curtir tudo nesses 4 dias. Diversidade de estilos musicais, oportunidade de conhecer bandas novas, ver a galera abraçando o estilo do festival, usando todo tipo de fantasias e maquiagens fez com que entendêssemos o que é esse novo modelo de festival inglês, que tem raízes tão tradicionais, mas consegue se renovar e atender a nova geração.