O que acontece quando você reune um dos principais festivais de música dos EUA – terra dos estúdios de Hollywood, Las Vegas e da Disney World – com uma marca inovadora, famosa globalmente ao tornar-se referência em produção de conteúdo para a TV, cinema e Internet?
Sim, a parceria Red Bull e Lollapalooza foi um marco em transmissão de festivais de música.
Ao longo do último final de semana, foram exibidos 56 shows em streaming, divididos em três canais diferentes, além de reprises e conteúdos exclusivos.
Mas o que mais chamou a atenção não foram os shows, e sim como ambas as marcas se complementaram, oferecendo o que cada uma tinha de melhor, proporcionando uma experiência quase perfeita à quem estava ali, como eu, consumindo de casa o festival.
Tudo isso sem apelar para breaks comerciais ou outras práticas tradicionais e caretas do marketing de interrupção.
Em resumo, foi uma verdadeira aula para marcas – patrocinadoras ou veículos de mídia – que buscam estimular e criar relações com seu público, usando festivais de música como plataformas de comunicação.
Tomem nota das lições:
1. Múltiplas Opções. Uma Única Experiência.
Era possível assistir ao streaming via Lollapalooza.com ou RedBull.TV, mas também pelo aplicativo da Redbull.TV em dispositivos móveis da Apple, Android e Windows. Para os mais tradicionais, havia transmissão pela TV – no meu caso, pela Apple TV – via serviços/apps como Amazon Fire TV, Kindle Fire, Nexus Player, Roku Players, Roku TV models (todos esses nos EUA) e também pelo Xbox 360.
Independente do aparelho, a experiência era única. Transmissão perfeita e sem quedas, com destaque para a transmissão via Apple TV, que oferecia não somente os shows do festival, como também videos contando a história do Lollapalooza, seus números, dicas de moda e até a vida de um fotógrafo de festival.
2. Apresentadores de Verdade
É fato: os norte-americanos nasceram para as telas. A prova foi o trio de apresentadores da Red Bull TV. Liderados por Sal Masekala, os repórteres Ted Stryker e Julie Garcia cobriram os bastidores do festival, colhendo histórias (e se divertindo) com as pessoas, apostando corridas entre pistas e, claro, entrevistando artistas (assista agora ao sur-re-al video “Perry’s Fashion Do’s and Don’ts” com o fundador do Lolla Perry e sua esposa Etty… Casal animado esse, hein?)
Mais que escalar rostos bonitinhos e celebridades, a Red Bull TV chamou quem entende do assunto pra cobertura. O resultado: muita empatia com o público, mais conteúdo e mais tempo de audiência (e exposição de marcas).
3. Muito Além da Música
Por aqui, ainda vai levar um tempo pra cair a ficha de que festival não é apenas um monte de shows que acontece em um mesmo espaço durante algumas horas. Festival, especialmente para as gerações mais novas, é um convite a novas experiências. Quanto mais intensas – e compartilháveis nas mídias sociais – melhor.
O streaming do Lolla acertou em cheio em colocar o público como protagonista de suas transmissões.
Durante todos os shows, as câmeras sobrevoavam as pessoas, dando closes em quem ficava colado nas grades. Também rolaram entrevistas com quem trabalha no festival, como no video “Stage Crew Talk Rodies”, em que a produção do Lolla dá as caras para explicar como os palcos e estrutura do festival são montados.
4. Festival é Plural. Sua Transmissão Também Deve Ser.
O Tomorrowland na Bélgica foi o primeiro que vi a explorar múltiplos canais para diferentes gostos. Foram 4 canais simultâneos na edição 2015. No Lollapalooza foram 3. Independente da quantidade, é um cuidado com a diversidade de gostos e estilos, além de mostrar respeito aos artistas que não se apresentam no main stage.
Pode anotar: depois destes dois, dificilmente você vai ver um festival sem transmissões simultâneas (e, convenhamos, é muito melhor mudar de canal no streaming que ter que caminhar de uma pista para a outra).
5. Improviso e gestão de crise
No domingo, Chicago acordou em estado de alerta. O festival precisou ser evacuado por razões de segurança. A cidade estava sob risco de tempestade fortíssima.
A produção do festival se mobilizou nas redes sociais e, no streaming, uma tela indicava que em breve a nova grade de shows seria informada. Passado o susto, os horários foram ajustados, algumas apresentações tiveram que ser mais curtas, mas os shows foram exibidos conforme prometido.
Como diria o ditado, “quem sabe faz ao vivo”.