Essa é a época do ano em que os grandes festivais pelo mundo confirmam seus line-ups – o movimentado verão no Hemisfério Norte já está ali na esquina. Com nomes e surpresas pipocando aqui e ali, é possível chegar a uma conclusão: os headliners dos principais eventos estão cada vez menos relevantes.
Vamos começar pelo Sónar. Um dos headliners desse ano é o Duran Duran (foto abaixo), que não se salva nem pelo fator surpresa. Os anos 80 já são um revival longínquo, a banda não fez nada recente que justifique a presença e o show que fizeram aqui no Brasil (no SWU) foi bem mais ou menos, o que tira toda a minha esperança de uma apresentação boa. Imagino que algum artista não deve ter topado e/ou pulado fora e o evento resolveu contratá-los.
No Coachella a situação é constrangedora: Drake, Jack White e AC/DC. Só o AC/DC, elemento estranho ao público do festival, se salva. E no Primavera temos a pior seleção de nomes grandes dos últimos anos.
Mas esses ‘desastres’ aí em cima não são exatamente ruins: a cada ano que passa, é o ‘segundo escalão’ que garante a qualidade e o prestígio de cada um desses festivais. Quem atesta isso são os cabeças da GoldenVoice, a empresa que faz o Coachella. Dá para perceber também no cuidado e esmero que a porção dia do Sónar é bookada e organizada, em alguns dias claramente melhor que porção noite (slot mais nobre). E por que, exatamente?
Bom… São bandas mais baratas, hypadas mas ainda não desgastadas pela mídia, com mais vontade no palco e que tocam invariavelmente em horários melhores (no último show a galera está sempre mais cansada). São esses artistas que acabam se destacando no balanço final feito pela imprensa ou pelo público. A conferir nos festivais de 2015.