Depois de muita espera, o Lollapalooza Brasil anunciou o seu lineup para a edição 2019. E a repercussão foi grande! Com os três headliners definidos – Arctic Monkeys, Kendrick Lamar e Tribalistas – falou-se muito sobre o lugar ocupado pela banda brasileira como principal atração em um dos dias do festival.
O Pulso analisou comentários e papos que rolaram nas principais redes sociais para saber qual foi a opinião do público sobre o lineup e o que podemos esperar da próxima edição do #LollaBr.
Os destaques do lineup do Lollapalooza Brasil 2019
Primeiro, aquela análise geral sobre o lineup do Lollapalooza Brasil 2019. Dos três headliners anunciados, apenas o Arctic Monkeys já tocou no festival, na primeira edição do#LollaBr, em 2012.
Outros nomes também aparecem pela primeira vez no festival: Post Malone, Sam Smith, Lenny Kravitz, Jorja Smith, Snow Patrol, Greta Van Fleet, entre outros, numa clara mistura de novidades e nostalgia.
https://twitter.com/guedsprin/status/1065278105043025920
Para os fãs da programação alternativa, não há tantas novidades, é verdade: Interpol, Foals, Portugal. the Man, Twenty One Pilots e The 1975 já passaram por edições anteriores do Lolla.
Já para o pessoal fã de eletrônico, a sensação é também de uma mistura entre o novo e o não-tão-novo com Tiësto, KSHMR, Dimitri Vegas & Like Mike, Steve Aoki, Don Diablo, FISHER, Kungs, GTA, ZHU, ODESZA e o trio RÜFÜS DU SOL.
Espalhados por diferentes palcos, horários e estilos, os artistas nacionais vão de Rashid a Scalene, passando por Silva, Aláfia, Carne Doce, Liniker e os Caramelows, E a Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante, Vintage Culture, Liu, Chemical Surf, Bruno Be, Groove Delight, Dashdot e Dubd.
A polêmica sobre os Tribalistas
As redes sociais do Lollapalooza Brasil foram invadidas por muitas reclamações sobre a escalação do trio Tribalistas como headliner de um dos três dias do festival. No geral, as reclamações citavam o preço dos ingressos do Lolla para a edição 2019 e faziam a comparação “ingresso caro x headliner nacional”.
https://twitter.com/estargirI/status/1065325708866723840
Ainda na onda de comparações, parte do público comparou o lineup divulgado pelo Lollapalooza Argentina para a edição do ano que vem, e que traz outros artistas brasileiros, como Caetano Veloso e filhos, e a banda Los Hermanos. A maioria das mensagens questiona o porquê desses artistas não se apresentarem no Brasil ou até mesmo ocuparem o lugar de destaque dados aos Tribalistas.
Vale ressaltar que nem Caetano, nem Los Hermanos são headliners na Argentina.
tribalistas como headliner tá muito nada a ver com o festival, se querem colocar uma banda nacional pra economizar que coloquem uma que faça sentido tipo sl los hermanos
— vontade de derrubar o presidente né minha filha? (@cleystorm) November 21, 2018
Os julgamentos e opiniões são livres, mas ressaltamos aqui alguns pontos que merecem uma reflexão:
01. Depois de sete edições no Brasil, não deixa de ser bom ver que o Lolla finalmente colocou um headliner nacional. Não é justo que os artistas nacionais se apresentem apenas em ingratos horários para poucas pessoas que ainda estão chegando a Interlagos.
02. A ideia de pagar caro e esperar um headliner internacional, visto que shows nacionais temos a oportunidade de conferir com preços mais acessíveis, não deixa de ser um bom ponto de discussão, mas perde a força quando alternativas nacionais são consideradas. Ao pedir pela troca de Tribalistas por Los Hermanos no festival brasileiro, temos a ideia que a insatisfação está ligada muito mais ao gosto pessoal do público do que a uma indignação sobre custo-benefício.
O gosto pessoal também endossa as críticas da escalação de Kevinho no Lollapalooza Chile.
03. Assim como qualquer festival, todos os anos o Lollapalooza Brasil é questionado por essa ou aquela escalação, seja nos headliners (Metallica?) ou na programação como um todo. A constante repetição de bandas em qualquer faixa do lineup também é motivo de reclamações.
Mas há quem tenha ficado feliz com o lineup do Lolla 2019. No balaço do nosso colaborador Diego Moretto, há tempos que o festival não investia em um lineup tão diversificado:
“O grande acerto foi a escalação do Kendrick Lamar, o mais talentoso rapper do momento. É grata a volta do Arctic Monkeys e no investimento de novos artistas que estão surfando em seu próprio hype, como a Jorja Smith e o Troye Sivan. Ponto também para a curadoria dos artistas nacionais – mesmo que Caetano e filhos tenha sido apenas para a Chile e Argentina. Que aliás, é um dilema os motivos aos quais Argentina e Chile possuem lineup maior e ingressos mais baratos que o Brasil. No mais, o Lollapalooza Brasil veio coeso, inclusivo e com atrações que agradarão a todos. Em ano de Rock in Rio, o Lolla vai novamente deixar a sua marca.”
De fato, há questões muito mais discutíveis (como os preços dos ingressos e a classificação “jovem baixa renda” para os ingressos de R$ 800,00) do que o lineup dessa edição.
Representatividade feminina
Se podemos apontar uma falha realmente questionável no lineup do Lollapalooza Brasil 2019 é a pouca representatividade feminina. Entre as 20 principais atrações (os 20 primeiros nomes do cartaz), temos apenas uma mulher – Marisa Monte.
Embora nomes como St. Vincent e Jorja Smith sejam gratas surpresas, com tantos mulheres talentosas bombando no Pop e Hip Hop internacional, opções não faltariam.
O que faltou mesmo foi um olhar mais cuidadoso para a porcentagem de mulheres na programação.
https://www.youtube.com/watch?v=X2OqF53IP3A
E o que esperar do Lolla 2019?
Esperemos grandes shows. Esperamos que a mescla entre novidades e nostalgia seja bem distribuída nos dias de festival e que entregue momentos memoráveis. Esperamos público empolgado, coros em músicas, boas ativações de marcas e respeito entre todos.
Esperamos o melhor. Sempre! E o Lolla 2019 não parece que vai entregar menos que isso.