A 4ª Semana Internacional de Música de São Paulo aconteceu entre os dias 7 e 11 de Dezembro.
Ao longo dos cinco dias, a conferência reuniu agentes de toda a cadeia produtiva da indústria da música, que participaram de palestras e workshops, trocaram cartões e discutiram o estado atual do mercado.
Entre uma atividade e outra, músicos e bandas independentes se apresentavam. Ao fim da programação diurna, a festa continuava em casas de shows como Jazz nos Fundos, Cine Glória e Z Carniceria. Ou seja, um evento para respirar música 24/5.
Estivemos lá neste ano para conhecer quem faz, o que movimenta e quais as novidades da cena de festivais nacionais independentes (baixe aqui o Guia Pulso dos Festivais da América Latina 2016).
Reflexões Sobre Festivais Na SIM
De todas a programação, a que mais nos chamou a atenção foi o workshop Aplicativos de Festivais Que Geram Renda: Patrocínios e Levantamento de Dados Pelo Celular. Stefany Reed e Brannon Desseyn representaram a Aloompa, desenvolvedora de aplicativos de festivais, que tem em seu portfólio Coachella, Bonnaroo, Electric Daisy Carnival, BPM e Rock in Rio.
A dupla norte-americana apresentou inovações para os apps de festivais, a maioria envolvendo beacons e sistemas de geolocalização, para otimizar a experiência tanto do público quanto dos patrocinadores e da própria produção do evento. Vários exemplos do Coachella foram apresentados, desde mensagens automáticas recebidas pelo celular ao cruzar certos pontos do festival até mecânicas de gamificação no melhor estilo “caça ao tesouro”.
Como a conferência era composta em sua grande maioria de artistas (em busca de novos palcos) e “compradores” (em busca de novos artistas), painéis como o Novos Festivais de Música no Brasil esgotaram-se rapidamente. Embora uma nuvem de crise e desconfiança assole o país, novos festivais aparecem e chamam a atenção. Festival Transborda (BH), Vento Festival (SP), Coala Festival (SP), Fora da Casinha (SP), Festival Timbre (MG) e Radioca (BA) foram alguns dos destaques, todos surgidos nos últimos três anos.
Contraindo às (minhas) expectativas, a última palestra do evento, o Q&A com Alexandre Farias, diretor de entretenimento da Time 4 Fun, produtora responsável pelos grandes shows e alguns dos maiores festivais de São Paulo como o Lollapalooza e Electric Daisy Carnival, ficou a maior parte do tempo vazia. O executivo falou sobre sua carreira, o estado da indústria musical e a dificuldade em se promover shows e festivais na era pós-digital.
Destaque também para a ótima palestra Música, Marca e Estilo de Vida, que reuniu profissionais de agências de publicidade apresentando a visão de quem vive em busca de “um match” entre mercado e arte. O agente da Liniker, que estava assistindo à palestra, apresentou o case envolvendo a Avon e sua cliente como um exemplo de parceria bem sucedida.
A parceria com a Red Bull também foi elogiada pelo mediador do painel, Fabrício Nobre, produtor do Festival Bananada. A especialista em lifestyle Chiara Rodello também lembrou que o que as marcas querem é conectar-se com o público. “Vejo vários jornalistas de música em festivais, mas o que me interessa na verdade é saber quem são aquelas pessoas que estão ali e o que elas estão falando e comentando nas redes sociais”.
No balanço geral, valeu a experiência. Alguns dos conteúdos da SIM merecem posts inteiros – e tentarei escrever sobre eles nas próximas semanas. Até a próxima parada, no SXSW, certamente vamos digerir ainda bastante o que escutamos e aprendemos por lá. Esperamos voltar para a SIM algumas vezes.