Fyre Festival: Caos em Festival Ostentação Vai Virar Filme do Seth Rogen


Assine a Cápsula, nossa newsletter para mentes inquietas em busca de inspiração

[mautic type="form" id="1"]
Compartilhe esse artigo
[addthis tool=”addthis_inline_share_toolbox_2jg5″]
É isso mesmo que você leu.

A tragicômica história do Fyre Festival é a premissa do novo roteiro de Seth Rogen em parceria com o The Lonely Island, grupo musical de paródias composto pelos comediantes Andy Samberg, Akiva Schaffer e Jorma Taccone.

Rogen anunciou o projeto, ainda sem data de estreia ou qualquer outro detalhe mais sólido, via Twitter, no mesmo dia do ocorrido nas Bahamas.

Coincidência?

Se você ficou sem acesso à internet ou viveu debaixo de uma pedra nas últimas 72 horas, a gente te atualiza da saga de proporções épicas que se tornou a estreia do evento em questão.

Créditos: banner oficial de divulgação do Fyre

Primeiramente, vamos às origens: o Fyre foi (des)organizado pelo rapper Ja Rule em parceria com o empresário Billy McFarland (guarde este nome. Vai que você precisa fazer um investimento fora do país?). Ele carregava consigo a ideia de um evento mega exclusivo, envolvendo música, arte e comida de primeira. Tudo isso seria realizado numa ilha privativa nas Bahamas. Nada mal, né?

A festa foi endossada por nomes como Kendall Jenner, Emily Ratajkowski e Bella Hadid, supermodelos e digital influencers da nova geração, e prometia ser um acontecimento grandioso para a camada mais abastada dos jovens norte-americanos. Quando a gente diz “abastado” é rico mesmo, de verdade. De acordo com o próprio site oficial, o público seria inclusive transportado num Boeing 737 customizado. O avião supostamente sairia de Miami e aterrissaria em Exuma, distrito das Bahamas. Tudo bem primeira classe, bem AAA, bem vipão.

Pra participar da brincadeira, o indivíduo interessado deveria desembolsar entre U$2.000 e U$12.000. O que mudava era o tipo de acomodação e as regalias disponíveis.

Crédito: foto oficial de divulgação do Fyre

A galera poderia ficar hospedada em tendas “modernas e ecológicas” ou até mesmo assistir aos shows de seus próprios iates. A coisa toda era bem impressionante e incluía performances do Major Lazer, Migos e Blink-182, além da promessa de muita gente bonita, bronzeada, livre, leve e solta. Aquela coisa bem american dream.

Crédito: banner oficial de divulgação do Fyre

Até aí tudo bem, já que tem gosto pra tudo nessa vida e cada sabe o que faz do seu dinheiro. Acontece que o suco começou a ferver logo cedo, na quinta-feira (27),  quando algumas das atrações musicais cancelaram seus shows porque não foram pagas. Com essa notícia, a empresa responsável pelo catering botou a boca no mundo e afirmou que o contrato havia vencido dia 2 de abril. Resumo: era desconhecida a nova procedências das ~famigeradas comidas gourmet.

Na sexta-feira (28), suposto início do Fyre, o dia começou conforme o planejado, ou seja, dando errado: os voos domésticos foram todos cancelados e a galera que já havia chegado ao aeroporto local ficou presa e não conseguia sequer embarcar de volta pra casa.

O pessoal que chegou antes foi recebido de forma calorosa: os “aposentos VIP” eram cabanas mal feitas munidas de colchões comuns. Sim, bem acampamento juvenil, amador e zero condizente com o preço desembolsado.

Descrito como um “campo de refugiados”, o Fyre continuou surpreendendo (para o mal) e ofereceu comida ao público guerreiro que estava lá plantado há horas. O problema é que o prato servido era pão de forma, uns pedaços de queijo e salada simples, tudo isso numa linda marmita de isopor.

Tá bom ou quer mais? Segura mais essa: o tal empresário Billy McFarland (repito, não esqueça deste nome) foi se justificar. Ele disse que a ideia surgiu de “sua paixão pela região”, mas que, infelizmente, o festival “tomou vida própria” e cresceu muito mais do que a singela equipe de 300 pessoas poderia lidar.

Aí ali na hora, no auge do caos, naquela mistura de “Jogos Vorazes” com “Senhor das Moscas”, ele percebeu que a ilhota não tinha a infraestrutura mínima pra ~sediar um evento desse porte.

Nesse ínterim, ele também notou que o local não tinha nem ao menos um sistema de água satisfatório. Nada disso, vale ressaltar, foi analisado antes, somente na hora do caldo fervente e do mundo caindo. Nessa declaração surreal, deu até tempo do cidadão anunciar que ó, ano que vem tem mais: só que numa praia dos Estados Unidos e 100% gratuito pros sobreviventes desta primeira edição. Não dá pra deixar de perder.

Aí Ja Rule, que já concluímos que deve focar apenas na carreira de rapper, resolveu ir até o Twitter. Afinal, não há melhor maneira de contornar os problemas do que postar na internet, né?

“Eu queria que fosse um evento incrível, não uma farsa como todos estão dizendo”. Pra fechar com chave de bosta, ele ainda tira o corpo fora e crava: “eu realmente peço desculpas, mas a falha não foi minha”.

Até Bella Hadid, uma das embaixadoras, se pronunciou. Também se eximindo da culpa, ela conta que “o projeto não era dela e que não sabia muitos detalhes da produção”. Além disso, Hadid revelou acreditar plenamente que o festival seria uma “experiência incrível e memorável”.

No final das contas tudo se ajeitou na medida do possível. O povo eventualmente voltou pra casa, ainda que aos trancos e barrancos (literalmente!), e o festival foi cancelado (e já conta com um processo milionário nas costas, claro).

Não estamos cientes de nenhuma morte ou feridos. Não sabemos quem venceu a prova da comida naquela fatídica manhã também. Infelizmente, não podemos informar quem é o líder e ganhou a imunidade da semana. De uma coisa, porém, estamos convencidos: a internet vibrou e a quantidade de memes e zueiras não têm limites mesmo. Parabéns aos envolvidos!

Assine a Cápsula, nossa newsletter para mentes inquietas em busca de inspiração
[mautic type="form" id="1"]

Cinco anos de pesquisa e conteúdo sobre a cultura dos festivais.

@ØCLB / Pulso 2020. Todos os direitos reservados