Um dos festivais mais aclamados pela crítica atualmente, o Afropunk realiza nada menos que cinco edições em 2017.
A primeira delas rolou no último fim de semana, em Paris, reunindo milhares de pessoas no parque La Villette. A próxima cidade da lista é Londres, que recebe o aclamado evento no sábado (dia 22) e domingo (dia 23).
A versão original do festival acontece nos dias 26 e 27 de agosto. Cerca de 70 mil pessoas são esperadas no Brooklyn, em NYC. Já em 14 e 15 de outubro, o Afropunk invade Atlanta, também nos EUA, com muita música, arte, moda e ativismo.
A novidade fica por conta de Johannesburgo . A capital da África do Sul foi a cidade escolhida para a primeira edição do Afropunk na África. Um marco super importante para um festival que celebra a cultura negra em diferentes esferas.
O Afropunk destaca-se de outros festivais pelo seu forte cunho ativista.
Com uma rede de colaboradores conhecida como Afropunk Army, o evento age como um catalizador de movimentos sociais e organizações que combatem sistemas de opressão.
E o ativismo não fica só no discurso. A organização do festival promove encontros entre os membros do Afropunk Army para discutir os rumos da política americana, realiza exposições de arte e ações como um mutirão para pintar o Commodore Barry Park, onde a versão original do evento é realizada.
O Afropunk tambem é muito ativo nas redes sociais, reunindo um grande leque de informações a respeito do movimento negro. Além disso, a organização do evento criou o Digital Advocacy Program, que estimula os participantes a “usarem suas vozes e mídias sociais para ampliarem a divulgação de organizações e causas relevantes”.
Funciona da seguinte forma: os inscritos tem que acumular mil pontos para ganharem um ingresso para o evento da cidade que escolherem. Diariamente, a organização envia tarefas que devem ser realizadas no âmbito virtual, como seguir o perfil do movimento Black Lives Matter no Twitter, seguir a página da Anistia Internacional no Facebook, se inscrever no mailing list da Slavery Remembrance ou compartilhar informações sobre o festival nas redes sociais.
Após a realização da tarefa, a pessoa tira um print e faz o upload no sistema, que verifica a autenticidade. Essa é uma forma inovadora do festival se conectar com o público, premiar as pessoas mais engajadas e estimular uma participação mais ativa dos envolvidos, fugindo da linha palco/espectador. Além disso, o Digital Advocacy Program reforça o networking do Afropunk com organizações que lutam por causas semelhantes e contribui para a criação de uma rede de ativistas que pode impactar positivamente as suas comunidades.
Apesar de ser um evento que engloba diversas esferas além da música, o Afropunk também costuma apresentar um lineup de peso por onde passa. Confira cinco nomes imperdiveis da próxima edição, em Londres:
– Thundercat
Quem ouve o neo-soul do Thundercat jamais imaginaria que ele foi baixista da banda de trash metal Suicidal Tendencies durante nove anos (!!!). Atualmente, o multi-instrumentista está em turnê divulgando “Drunk”, álbum que arrematou um raro 8.5 no review do site Pitchfork.
– Lianne La Havas
Com sua voz suave e talento para compor, Lianne La Havas promete arrebatar o público de Londres, cidade onde nasceu e cresceu. Show perfeito para os casais do Afropunk.
– NAO
Também nativa de Londres, NAO vem chamando atenção com sua mistura de R&B e soul com bases eletrônicas. Tipo de som que costuma agradar em festivais.
– Danny Brown
Um dos únicos rappers do evento, Danny Brown está em turnê com o seu quarto álbum, “Atrocity Exhibition”, que conta com participações de Kendrick Lamar e Earl Sweatshirt.
– The Heavy
A banda de Bath, na Inglaterra, cumpre a cota rock’n’roll do festival com riffs poderosos e a voz marcante do vocalista Kelvin Swaby.