O primeiro grande festival de 2018 acabou de revelar seu line-up. Como sempre, as redes sociais dividiram-se entre quem gostou… e quem gongou.
Aqui, no Pulso, a balança pendeu pros lovers. Entenda o porquê:
1) Foda-se a 1ª linha!
Pearl Jam, Red Hot Chilli Peppers e The Killers. Duas bandas do século passado e uma de 2002. Não é novidade, mas… foda-se!
A 1ª linha de um cartaz num festival como o Lolla não é para novatos. São os nomes mais populares, os “vendedores de ingresso”, que arrastam milhares de pessoas. Vale lembrar que uma boa parte das pessoas que frequentam o festival vem de fora de SP. Para muitos, é a oportunidade de ver sua banda dos sonhos pela 1ª vez (o mesmo caso vale pro Rock in Rio, cuja participação neste ano foi de 65% de pessoas fora do Rio).
Ademais, há muitos anos o Lollapalooza não é mais um “festival indie”. Como todo grande festival – e por grande estou falando de festivais que tem como meta levar mais de 50 mil pessoas por dia – é preciso balançar nomes desconhecidos da massa com os “arrasta-quarteirão”.
Não é novidade pra você? Deu preguicinha? Tem outras 13 linhas no line-up pra vc se jogar! E não me vem com esse mimimi de que vc conhece cada um deles…
2) Hip-hop, Porra!
Nosso review sobre o Lollapalooza 2016 foi um dos mais lidos da história do Pulso (leia aqui).
Este foi o ano que Karol Conka “tombou”. Sua apresentação, na abertura de um Lolla ainda vazio, foi provavelmente o ponto de virada da sua carreira. Para 2017, esperávamos que o hiphop viesse com força. Não foi o que rolou (tirando um Eminem muito equivocado, mas justificado pelo line predominantemente “branco”).
Em TODOS os line-ups dos grandes festivais gringos deste ano – Coachella, Lollapalooza (Chicago), Roskilde, Sónar e até o Ultra Miami – pelo menos um nome de hiphop figurava entre as 2 primeiras linhas do cartaz. Nas palestras que damos, já viemos apontando a força do hiphop nos festivais desde 2015.
Felizmente, 2018 foi o ano que o festival realmente investiu em artistas do gênero: Chance The Rapper – um dos grandes nomes do hiphop contemporâneo – Wiz Khalifa, Tyler, The Creator, Khalid e até o (ainda subestimado) GÊNIO do R&B, jazz, hiphop e soul Anderson Paak. junto à incrível banda The Free Nationals foram escalados para esta edição.
Tome nota: Anderson Paak. & The Free Nationals foi um dos melhores shows do Sónar 2017. Pode apostar, será deste Lolla também.
3) Sou Brasileiro Com Muito Amor
No Guia Pulso de Festivais 2017 fizemos uma categoria só para destacar os festivais nacionais que vem mostrando a força da nova música Brasileira.
Se tem uma coisa que nós devemos nos orgulhar em meio a este “House of Cards tupiniquim de lama e caos” é a atual produção nacional independente. E a curadoria do Lolla parece concordar com a gente.
É a primeira vez que um grande festival gringo (sim, o Lolla é de Chicago, não esqueçam!) coloca em seu cartaz uma grande seleção de artistas nacionais lado a lado dos gringos.
Vale destacar que o Alok está na 3ª linha, acima de nomes como Metronomy (7ª linha), Spoon (idem) e – “eletronicamente falando”- até do Hardwell (4ª linha), DJ Holandês que foi eleito vários anos o “Melhor DJ do Mundo” (seja lá que porra for essa). Detalhe: recentemente a Red Bull publicou a lista dos artistas brasileiros mais escutados no Spotify no Brasil. Adivinha o 1º lugar? Sim, ele mesmo: Alok.
Foda-se o seu gosto sobre o Alok. Foda-se o meu também! Isso não importa. O ponto aqui é: que ÓTIMO ver um festival como o Lolla pondo no cartaz um artista como o Alok na 3ª linha, o Mano Brown na 4ª e a Mallu Magalhães na 5ª (ok…já disse que não iria discutir!).
Importante aprender a valorizar o que vem daqui e parar de pagar pau pro que vem de fora. Tá certo, tem muita coisa legal vindo da gringa. Mas se tem uma coisa que o Brasil faz melhor que qualquer outro país é música. De tudo que é tipo e gosto. Não é no Lolla que você vai ver toda a palheta sonora nacional (para isso, baixa nosso guia). Mas com certeza você vai ter a chance de descobrir uma nova Karol Conka lá em 2018.
**
Parabéns, Lolla. Que line do caralho pra se ver no Brasil em 2018. Obrigado!