Bateu a fome no festival?
Levanta a mão quem nunca encarou uma longa fila de espera por um sanduíche caro, ruim e sem gosto!
Quem frequenta festivais há algum tempo, sabe que a relação com comida nunca foi das mais amistosas. E aparentemente, essa relação não é de ontem. Nós já contamos aqui no Pulso, como um dos festivais mais famosos da história enfrentou várias dificuldades para alimentar cerca de 400 mil hippies famintos, que foram salvos da maior larica das suas vidas graças à “santa granola”.
Se a granola virou a comida de uma era, por expressar desejos e anseios políticos e individuais, a popularização dos festivais nas décadas seguintes aumentou a distância entre alimentação e música. Durante muitos anos, a comida dos festivais foi limitada a hambúrgueres e cachorros quentes de baixa qualidade, improvisados e vendidos (quando eram vendidos) “apenas para quebrar um galho”.
Porém, muito além da música, esses eventos estão se tornando cenário para um conjunto de experiências cada vez maior. Seguindo as tendências alimentares que observamos nos últimos anos, a alimentação passou a representar também uma parte importante dessa experiência. Parte tão relevante que a revista americana Newsweek utilizou a expressão “a comida é o novo rock’n roll” para ilustrar a crescente participação de chefes famosos na oferta de alimentação em festivais britânicos no início da década.
No Wilderness Festival, no Reino Unido, além de atrações de peso como Björk, George Clinton e Parliament & Funkadelic, é possível participar de verdadeiros banquetes, degustações de vinhos e outras atividades gastronômicas como workshops e aulas de culinária.
No BottleRock Napa Valley, na Califórnia, além dos três palcos onde se apresentarão Imagine Dragons, No Doubt e Foster the People, este ano haverá um quarto palco, o Culinary Stage, para apresentações de chefs e sommeliers. Se a comida é o novo rock’n roll, serão os chefs celebridades os novos rock stars?
Além de cardápios de restaurantes e chefes estrelados, é cada vez mais comum a oferta de diferentes experiências gastronômicas como food trucks, comidas de diferentes nacionalidades, além de opções vegetarianas, orgânicas e sem glúten. Aqui no Brasil, o Lollapalooza vem “gourmetizando” a comida de festival desde a edição do ano passado, com o elogiado Chef’s Stage. Este ano o espaço não só foi ampliado como também a oferta de comidas com a participação de vários food trucks. Ponto duplamente positivo. A alimentação no festival foi um dos itens mais elogiados na pesquisa do Projeto Pulso.
O Tomorrowland, que nas edições belgas também oferece uma apetitosa variedade de comidas especiais, chega ao Brasil no próximo final de semana e estamos curiosos para conhecer o menu que será oferecido. Para paladares (e bolsos) mais exigentes, já é possível reservar uma Experiência Gourmet, com entrada, prato principal, sobremesa e uma taça de espumante por R$120,00.
Afinal, nós viemos aqui pra comer ou pra dançar?