Nos dias 15 e 16, rolou a edição holandesa do DGTL, evento que também é realizado em Barcelona e desembarca no Brasil no dia 6 de maio.
Considerado o pontapé inicial da temporada de festivais em Amsterdam, o DGTL levou milhares de pessoas para a região das docas da cidade.
O evento conta com seis pistas diferentes e cada uma possui sua peculiaridade e visual caprichado.
Os destaques ficam com a Modular, a maior do festival, toda revestida com LEDs em formatos quadrados, e a Frequency, que possui uma cobertura transparente, o que permite a entrada de luz, além de muita vegetação (!!) em cima do palco.
Em termos de som, o DGTL agrada em cheio aos que curtem vertentes mais melódicas da música eletrônica underground, como Tech House e Deep House.
Além disso, Disco e House Music mais tradicionais também são bem representadas no line up, que conta com mais de 70 artistas, entre eles Adriatique, Dixon, Maceo Plex, Speedy J, Stephan Bodzin, além de diversas performances em dupla como Move D b2b Gerd Janson, Joy Orbison b2b George Fitzgerald e Leon Vynehall b2b Ryan Elliot.
A qualidade impecável do sistema de som contribui para o sucesso do evento. No primeiro dia, destacou-se o alemão Henrik Schwarz, que faz parte do selo Innervisions.
Seu live de quase duas horas, encerrado com um remix da faixa “Black Man in a White World” do Michael Kiwanuka, foi um dos mas festejados do festival.
Jeremy Underground, com seu set disco-bate-cabelo e o live da dupla Weval, que fez as paredes tremerem com seus graves encorpados, também merecem ser citados.
Já no segundo dia, Motor City Drum Ensemble mostrou porque é um dos nomes mais celebrados da Dance Music, com um set cheio de groove e uma ampla gama de referências, desde música africana até balcânica.
Difícil era achar alguém parado na pista. Mind Against e DJ Koze também brilharam, com apresentações que mesclavam tracks mais obscuras com kicks super dançantes.
Com uma forte pegada sustentável, o DGTL não vende nenhum alimento com carne. Mas isso não significa falta de opções, pois há uma boa oferta de lanches vegetarianos e veganos, com destaque para a pizza de forno e o hambúrguer de shitake.
Além disso, a organização adotou o sistema de copos reutilizáveis, no qual o público paga uma pequena quantia por um copo de plástico, que é usado ao longo do dia.
Ao final, opta-se por devolver o copo e receber o dinheiro de volta ou levá-lo como souvenir para casa.
A estratégia, que também já é posta em prática por alguns eventos brasileiros, funciona bem e é difícil avistar algum lixo no chão da venue.
Realizado nas docas de Amsterdam, na parte norte da cidade, o DGTL mescla um visual industrial, com guindastes e contêiners, com uma vista incrível da capital holandesa.
O evento é compacto, o que facilita o deslocamento de uma pista para a outra sem perder muito tempo.
No primeiro dia, enfrentei algumas filas nos caixas e bares. Já no segundo, visivelmente mais vazio, o problema foi sanado. Os preços são justos e tudo é muito organizado, sem qualquer atraso na programação.
Por ser realizado de dia e apresentar um estilo de som mais melódico, o evento possui um clima bem leve e tranquilo, que combina com a primavera.
Já a versão brasileira, vai rolar de 1h às 15h, em São Paulo, e conta com artistas como Recondite, Âme, Carl Craig e Derrick May.
Essa opção de horário pode ser vista como uma forma de se diferenciar do Dekmantel, outro festival holandês que aconteceu em SP, em fevereiro, e também tinha uma programação diurna.
Nessa disputa, quem ganha é o público brasileiro, com uma oferta cada vez maior de eventos consagrados.