Pulso Entrevista: organizadores do Hack Town falam sobre as particularidades que fazem do festival especial


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Pulso Entrevista é uma série de bate-papos com produtores, criadores, curadores e todo mundo que faz os nossos queridos festivais acontecerem. Aqui você confere como surgiram esses festivais, o que está envolvido na realização de cada edição, curiosidades e muito mais!

Conhecido como “o SXSW brasileiro”, o HackTown é um festival que junta entretenimento, tecnologia e empreendedorismo. Somando mais de 300 palestras, workshops e showcases na última edição, a programação envolve diferentes assuntos e rola simultaneamente em um dos polos tecnológicos e de startups mais inusitados do mundo: a charmosa Santa Rita do Sapucaí, no sul de Minas Gerais, considerada o Vale do Silício brasileiro.

Para saber mais da história do HackTown, e o que esperar do futuro do festival, conversamos com os criadores desse evento inovador.

Do Texas para o sul de Minas Gerais

Podemos dizer que o HackTown nasceu no SXSW. Foi durante uma festa do festival texano que Ralph Peticov e Carlos Henrique Vilela, hoje sócios, se conheceram e imaginaram como seria bacana levar aquele formato para o Brasil. O tempo passou, a amizade cresceu e a ideia de realizar aquele plano inicial se fortaleceu: “O assunto foi se desenvolvendo até que, em fevereiro de 2016, rolou a primeira edição, ainda bem pequena, com o intuito de atrair 200 pessoas para 50 palestras em 8 locais diferentes. Só que apareceram 600 pessoas”, conta Ralph.

Foi aí que os quatro sócios, Ralph, Vilela, Marcos David e João Rubens viram o potencial que tinham nas mãos e repensaram o festival. Outra edição foi feita em setembro do mesmo ano, com uma estrutura maior. “Foram 100 palestras em 15 locais da cidade, que receberam 1500 pessoas. Deu certo mesmo! Desde então o HackTown tornou-se um evento anual”.

A escolha da cidade mineira de Santa Rita do Sapucaí não foi à toa: “Essa é uma cidade que reúne uma série de atributos bastante fundamentais para a experiência que o festival se propõe a oferecer. Pra começar tem sua história marcada por uma mulher visionária, Sinhá Moreira, que criou junto com JK um modelo de reciprocidade entre indústria e educação que é admirável”, conta Ralph.

Santa Rita do Sapucaí também encanta pelo charme, e apesar de ser uma cidade do interior, é distante na medida certa dos grandes centros urbanos, o que facilita a mobilidade de quem vai ao festival. Por fim, a cidade também é conhecida por ser o berço da tecnologia no Brasil, referência em educação, empreendedorismo, qualidade de vida e gestão pública.

“É uma cidade que, além de tudo isso, entende a arte como um valor importante para o seu desenvolvimento inspirada no movimento ‘Cidade Criativa, Cidade Feliz’. Ou seja: a cidade espelha, de certa forma, todos aqueles conteúdos fervilhantes, ideias e sonhos do Brasil que o festival busca trazer no seu lineup. Uma combinação mega interessante e que faz toda a mágica acontecer.”

Mesmo com a definição do conceito do festival e a escolha perfeita do local, fazer um evento assim não é fácil, inclusive por envolver interface com prefeitura, escolas, igreja, cidade, comercio, moradores: “Todos os envolvidos amam tanto estar ali, propiciando essa experiência para as pessoas que no fim os problemas ficam menos importantes”, diz o criativo.

Foto: Divulgação

Economia criativa em destaque

Com foco na economia criativa, o HackTown proporciona o compartilhamento, a discussão e o aprendizado entre profissionais e entusiastas das transformações que acompanhamos no mundo.

“O ineditismo e o comportamento humano sempre serão bastante fundamentais na construção do lineup porque são as pessoas que fazem o mundo, as tecnologias, as transformações, as empresas. A gente sempre fala que precisamos trazer o melhor do humano com o melhor das tecnologias.”

A escolha dos participantes da programação é um dos pontos que a produção do festival trabalha com carinho: “O time é pequeno e isso nos permite testar formatos e modelos de trabalho inovadores, o que é ótimo e coerente com tudo que pregamos, mas nem sempre simples”, conta Ralph.

A ideia é sempre antecipar tendências! Por não ser uma conferência corporativa tradicional, o HackTown junta profissionais que estão transformando os setores de tecnologia e inovação, pensando em comportamento, despontando na música e nos negócios relacionados a ela: “Mas o nosso principal critério é a paixão. O festival quer dar voz para pessoas apaixonadas, que estão fazendo o que fazem com amor e dedicação”.

O evento também procura trazer como parceiras, marcas dispostas a apostar num festival pouco tradicional, o que também nem sempre é fácil.

 “Um festival que propõe o novo precisa entender que um dos seus papéis é desbravar caminhos.”

Foto: Divulgação

O futuro do HackTown

O HackTown parte da ideia que “boas experiências geram boas memórias, aprendizado real e transformação em algum nível”. Por isso sua preocupação é oferecer exatamente isso para o seu público.

“No HackTown a gente trabalha sempre com esse foco, pensando em fazer os momentos das pessoas que vão estar ali os melhores possíveis, entregando aquilo que elas foram buscar. E isso implica em nem sempre entregar o óbvio ou aquilo que é pedido. A gente tentar provocar, surpreender e tirar as pessoas da zona de conforto, seja no jeito de montar a grade de palestras, na forma de se movimentar pela cidade ou se hospedar… Mas sempre com sorriso no rosto e muito afeto.”

Tudo isso está no DNA do festival, que quer crescer em sinergia com Santa Rita do Sapucaí. O HackTown quer se tornar “cada vez mais inspirador, contemporâneo, abrangente e impactante para o maior número de pessoas sem trazer danos para os moradores da cidade”, define Ralph.

Assim, para as próximas edições podemos esperar um festival ainda mais consistente e que possibilita uma imersão cada vez mais bacana em sua proposta, além de novos espaços tomados na cidade, a melhoria dos já utilizados e novidades pensadas com carinho pela produção.

E nós já queremos conferir todas essas novidades de perto no HackTown 2019.

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