Review Ultra Music Festival 2017: O Império Contra-Ataca


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Tudo que é bom, vale bis. Por isso, voltei ao Ultra Music Festival em Miami neste ano (leia aqui o review do ano passado).

Carol e eu, eu e Carol

Para ser honesto, apesar de respeitar sua relevância na cena eletrônica mundial, o Ultra não é meu tipo de festival. Rola um clima spring break, com milhares de club kids, que nunca foi muito a minha praia. Mas se esta é a sua, cai dentro porque mesmo eu que não sou muito fã, me diverti horrores! 

Essa simpática família entrou 100% no clima club kids do Ultra 😉

Mas depois de anunciarem os headliners do palco Ultra Live deste ano, senti que os deuses da curadoria artística estavam me enviando um sinal. Meti o boné de aba chapada pra trás, vesti a regata e atendi o chamado.

Dorme com essa…Saca o line do Ultra Live

Os Palcos Mais Fodas Que Já Vi na Vida

Sim, o título acima diz tudo. Só indo lá pra entender. Já fui ao Tomorrowland na Bélgica e embora este festival tenha uma entrega de experiências em geral maior que a do Ultra, é preciso admitir: os americanos sabem melhor que ninguém entregar um espetáculo.

O Ultra possui 8 stages (palcos), cada um deles com uma temática distinta, mas com uma coisa em comum: uma tecnologia de ponta como você nunca viu igual. Mesmo que não goste da música, aposto que você iria parar em cada um deles por alguns minutos com a boca aberta imaginando “de que planeta veio isso?”

Palco ‘Spider’ by Arcadia
Por dentro da “nave espacial”: Pista Carl Cox Resistance

 

 

Mas as experiências “fora da caixa” param por aí. A impressão que dá é que toda a grana do festival é investida nestes palcos e nos artistas. A praça de alimentação, banheiros, estrutura entre palcos é a cara de qualquer rave que rola por aqui.

Falando em grana, o Ultra é uma máquina de fazer dinheiro (dá uma olhada no “precinho” da cerva abaixo). Se por um lado seu “concorrente” tenta há alguns anos fincar o pé fora da Bélgica sem sucesso (vide as mal sucedidas tentativas nos EUA e as duas incríveis porém não-lucrativas no Brasil), os mesmos americanos que criaram o MacDonald’s, Google e Facebook, dão uma aula de modelo de negócios em exportar a “franquia Ultra” para mais de 19 países pelo mundo.

Faz as contas… sim, um copo de cerva sai a R$ 30,00

Para não dizer que só de palcos e artistas o Ultra se esbalda, existe dois outros elementos que o tornam único e especial: sua localização e data de realização.

Esse céu, essa paisagem integrada ao festival… Só em Miami mesmo

O Bayfront Park em Miami é a cara do Parque do Flamengo no Rio. Ambos são integrados no centro da cidade, colados no mar, com um céu azul de tirar o fôlego e cercado de árvores, com sombras e natureza para dar uma trégua entre uma apresentação e outra. Pena que o Rio ainda vive do século passado… senão, aposto que em pouco tempo o maior Ultra do mundo seria o da Cidade “Maravilhosa”.

Vibe do gramadão do aterro… Ops, do Bayfront Park

E esse é um PONTASSO a favor do Ultra. Sua organização é tamanha que eles envelopam a cidade de anúncios, fazem projeções gigantes nos prédios ao redor, colocam grades nas ruas ao redor para facilitar o fluxo de carros (e público) e ainda rola um trem que circula praticamente na entrada do evento. É um festival perfeitamente integrado à cidade, um exemplo a ser seguido em qualquer lugar do mundo.

Trem que passa em frente ao festival (quase dentro), com ativação da Heineken

Ah, e sobre a época do ano. O Ultra é realizado no final do inverno e inicio da Primavera. O clima é de sol (na maior parte do tempo), mas rola um friozinho pela noite.

A galera vai EM PESO com roupa de praia, muitas meninas de maiôs e biquinis (mesmo que não tenha esse sol todo pra tanta pouca roupa). E a saúde e beleza dos ‘xóvens’ é sem dúvida um dos motivos pelos quais o Ultra atrai tanta gente (fiquei sabendo que no after do 1º dia, até a Paris Hilton tava lá…)  

E os Shows, Camarada?

O Ultra reune o dream team do EDM, techno e house mundial. Nada super vanguarda, como os artistas que se apresentam em festivais como o Dekmantel e Sónar. Mas para quem está começando a escutar música eletrônica – ou se contenta com os sons clubbers dos anos 90 – é um banquete de deitar e rolar.

Vi 5 apresentações que valeram por todo o festival. Vai em ordem crescente:

  1. A$ap Ferg

A$ap Ferg aka Traplord bombou a pista

O rapper marrentasso fez um show com seus maiores hits, mostrando que o trap continua, sim, em altíssima popularidade nos EUA. Foi o momento que vi o palco Ultra Live mais cheio.

  1. Sasha & Digweed

Fizeram aquele set que todo fã da dupla, um dia coroada “reis do trance”, chorar. Progressive, contínuo, sem break, ascendente até chegar no talo. Frenesi puro e aula de mixagem.

  1. Eats Everything

Mano… que pressão! Tocou na tenda Arcadia, aquela da Aranha. Começou com um remix de ‘Flash’ do Green Velvet e não tirou o peso do grave em nenhum momento.

  1. Underworld Live

Underworld Live shoutin’ lager, lager, lager, lager!

Fizeram uma apresentação emocionante, vibrante… e um pouco fora de contexto. O palco live estava relativamente vazio, visivelmente só estavam ali os fãs dos caras. Se fosse num Sónar, Primavera Sound… teria sido mais incrível. 

  1. Justice Live

Justice estreou um novo live de cair o queixo. Com certeza será um dos top 3 de 2017!

Pára tudo que eu quero descer! Os franceses estrearam seu novo show no Ultra. Também se apresentaram no palco Live, na sequencia do Underworld, mas ficou lotadasso na hora. Além de darem uma nova cara para seus eternos hits, apresentaram uma estrutura de palco e iluminação que faria seus conterrâneos Daft Punk tirarem os capacetes. Pode anotar: já é um dos grandes shows do ano. 

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