Feira Preta revela a pluralidade da criatividade negra


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Sou frequentadora assídua da Feira Preta. Ela nasceu em 2002, e eu em 2000. E sou como ela, preta. Este ano, completaram 18 edições e se teve alguma em que eu não pude ir, com certeza não foi por vontade própria, mas por forças maiores, visto que todos os anos, era um dos poucos eventos que eu mais esperava chegar.

Foto: Divulgação

Crescemos juntas e ela me ensinou muito do que escola nenhuma pode. Me ensinou a amar minha cor. Essa aula se dá através da estética da feira, ver outras pessoas como eu, acha-las lindas. Me ver nelas ensinou a enxergar beleza em mim. Também, através dos produtos, quando vemos que existem produtos feitos para nós, entendemos que o problema está no mercado e não em nós.

Além disso, a curadoria cuidadosa das atrações, nos mostra o quão grandiosa é a cultura negra e nos leva a escutar ritmos e artistas fora da nossa bolha musical, do jazz ao samba raiz, hip hop ao axé. As atrações da Feira Preta abrem portas para conhecermos mais da nossa cultura

Foto: Divulgação

Tem também as comidas, que são tão poderosas quanto os discursos e painéis ofertados, e ensinam a força e a beleza da ancestralidade. Comidas tradicionais, releituras e inovações fazem carinho no estômago, confortam e abrem horizontes porque nos levam a experimentar alimentos que não são do nosso cotidiano. 

Foto: Divulgação

Não tenho como dizer quem eu era antes da Feira, eu não tive muito tempo sem ela, mas posso dizer quem eu sou quem sou hoje, graças à influência dela…. Sou uma mulher preta forte, fortalecida e fortificada. Muito mais do que empoderada

Entrar esse ano para a equipe de comunicação da Feira Preta foi maravilhoso. Tivemos uma edição linda, muito aclamada por todos os lados. Mais de 35 mil pessoas estiveram no evento, que reuniu 170 empreendedores de dez estados brasileiros e movimentou mais de 1,5 milhão de reais. É muito gratificante ver o resultado e ainda conseguir aproveitar o backstage. 

A Feira Preta revela a pluralidade da criatividade negra. A Feira é gigante em todos os sentidos, estruturais e subjetivos, e fico animada em compreender todos os lugares que ela ainda pode chegar juntas. Cada vez mais, conquistamos espaços, ela e eu. Eu cresço ao lado da Feira, compartilho conquistas e anseio junto dela voos altos e pousos perfeitos.

Foto: Divulgação


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