Review: Tradições, Fanatismos e o Lollapalooza 2016


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E mais um Lolla entra para a conta :)))

2016 foi marcado por um line up diferente (mais voltado para o pop, rap e funk – americano e brasileiro), pelo fim da tenda eletrônica e pela participação do Mc Bin Laden no show do Jack U.

Pra mim, que estive pela quinta vez por lá, foi marcado por algo mais. Como dizem por aí, tradição se cria, e me pareceu que já está se criando um jeito Lollapalooza de curtir o festival. As caras surpresas e fascinadas dos outros anos foram substituídas por pessoas já certas do que iriam ver, fazer, comer, beber, gastar, pular ou gravar.

Não sei se seria resultado de uma organização mais competente, com poucos erros listados por mim e meus amigos. Ou se, de fato, o Lollapalooza estaria se consolidando como marca no Brasil, criando um jeito único (dentre os vários jeitos possíveis) de viver o festival. E justamente por isso que, pra mim, o show do Eminem foi o pior do festival.

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Eminem / Imagem: Jeremy Deputat

Não me entendam mal, sou fã do cara. Desde pequeno amo ouvir o álbum Encore – inclusive pirei quando ele tocou Evil Deeds -, vejo 8 Mile toda vez que passa na TV, danço com o clipe de Just Lose It. Cantei junto a maior parte do show, me emocionei com Toy Soldiers e lembrei dos meus tempos de basqueteiro com Lose Yourself. Mesmo assim, o show dele não foi coerente com o que o resto do festival apresentou este ano. Por mais que tenha tido vários shows de rap, a música do Eminem atualmente não dialoga com o que o restante dos artistas estão produzindo.

Isso acabou por gerar uma porrada de gente que só foi para o festival para vê-lo. O fanatismo dos seus fãs, que não estavam lá pelo festival, fez com que minha experiência no show do Tame Impala tenha sido reprimida por quem perto de mim empurrava, reclamava e simplesmente não queria curtir o show dos caras – e isso deve ter acontecido em outros shows do mesmo palco.

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Tame Impala / Imagem: I Hate Flash

Artistas grandes devem sim ser o foco do festival (Radiohead 2017, eu acredito!!), porém, devem dialogar, mesmo pouco, com o restante do festival. Num ano com um festival já com tanta cara de Lollapalooza, o Eminem só não fazia muito sentido. Claro que isso acontece com muitos artistas no festival, mas foi muito evidente com o dele.

Tirando o fanatismo de lado, os outros shows foram fantásticos, com uma menção especial para a presença de palco do Vintage Trouble, para a produção fantástica da Florence + the Machine e para surpresa do ano: Dingo Bells. O último nome no line up tocou no palco Skol em pleno meio dia e fez todos que estavam lá pular, cantar e baixar o álbum deles. De verdade, é realmente emocionante ver bandas autorais no Brasil conseguirem superar as varias barreiras para apresentar música de qualidade.

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Dingo Bells / Imagem: I Hate Flash

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Florence + the Machine / Imagem: LollapaloozaBR

Espero que a organização permaneça boa (friso, pelo menos para mim e meus amigos, foi perto de impecável), que o line up continue surpreendendo e dispensando públicos fechados e fanáticos, e que os hambúrgueres nos food trucks continuem deliciosos!

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